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O consumo de alimentos orgânicos é benéfico por conterem maiores concentrações de vitamina C, maiores teores de substâncias antioxidantes (sequestrantes de radicais livres) e maior produção de compostos com efeitos preventivos do câncer, assim como os glicosinolatos. Em pesquisas foi observado que os glicosinolatos totais e benzilglicosinolatos contêm teores significativamente mais altos em brássicas orgânicas (brócolis, couve-manteiga, agrião e rúcula) do que nas produzidas em sistemas convencionais.
Vários ensaios biológicos mostram efeitos positivos com relação à diminuição da proliferação de células cancerígenas e o componente que atua é o produto de hidrólise desses glicosinolatos, produtos esses que são disponibilizados através da enzima mirosinase presente nessas plantas, e, ao consumirmos esses vegetais, mesmo que a enzima não deixe os subprodutos prontos, o organismo recebe essa enzima. Ao consumir o glicosinolato intacto, pode-se ter seu subproduto em nosso organismo através da mirosinase presente em nós.
Além desses, há também as propriedades bactericidas, inseticidas, fungicidas e também nematicidas – na Índia, por exemplo, utiliza-se semente de mamão contra verme, que é um nematoide, pois tem muito benzilglicosinolato e benzilisotiocianato, que é o subproduto de ação biológica efetiva do qual é disponibilizado pela mirosinase. Encontram-se também maiores concentrações de flavonóides totais, que protegem as plantas da radiação UV. Nos humanos estas substâncias diminuem o colesterol, diminuem o processo inflamatório através da queda do ácido araquidônico e têm efeito fitoestrogênico (atuam como repositores hormonais).
O mais importante nos alimentos orgânicos é a menor taxa ou quase isenção dos agrotóxicos. Menor taxa porque não se pode desconsiderar que os cursos d’água contêm certo grau de contaminação por herbicidas, um tipo de agrotóxico utilizado para eliminar ervas daninhas. Eles percolam pelo solo até águas subterrâneas e são lixiviados pela água da chuva.
Portanto, seria impossível produções convencionais e orgânicas ao mesmo tempo sem que haja um certo grau de contaminação. O mesmo ocorre para outros pesticidas aplicados em sistemas convencionais. O problema maior do consumo pelas crianças é o de que, nessa idade, o sistema de degradação de substâncias nocivas, toxicantes ou xenobióticos está no estádio imaturo, ou seja, menos desenvolvido com relação ao de um adulto normal, assim como pode ser observado em outros estudos que o álcool afeta mais os adolescentes menores de 18 anos do que após essa idade.
- Ant
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