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A espécie Vitis labrusca é a utilizada no Brasil para produção de suco. As variedades dessa espécie mais empregadas são Concord e Isabel. Em relação à variedade Concord, as quantidades de fenólicos totais e a atividade antioxidante são altas e comparáveis às do vinho tinto. O suco obtido da variedade Isabel apresenta valores um pouco inferiores, mas mesmo assim comparáveis aos do chá-verde, considerado um alimento antioxidante importante.

Em geral, o suco comercializado no Brasil é um “blend” das variedades Concord e Isabel. Sensorialmente, os sucos dessas duas variedades apresentam diferenças marcantes e complementares. No suco da variedade Concord, predomina o gosto amargo e a cor marcante; na Isabel, a característica é o sabor doce e particular de suco de uva.

Na variedade Concord, foi possível observar, segundo estudos feito em 2008, a presença de quantidade importante de um poderoso anticancerígeno, que foi pela primeira vez identificado durante o processamento de suco de uva. O piceatanol glicosídeo, substância bastante estudada por suas propriedades farmacológicas e de reconhecida capacidade anticancerígena, tem efeito considerado superior ao resveratrol, mais conhecido e utilizado. Assim, o processo térmico empregado na concentração, além de não alterar o poder antioxidante, promove a conversão de uma substância importante, que não se degrada na reconstituição do suco (adição de água).

O suco de uva é um dos produtos de frutas mais consumidos, cujo processamento ocorre na presença de cascas e sementes, que detêm, neste caso, substâncias valiosas. Os sucos de uva constituem excelente alimento, com altos teores fenólicos totais e capacidade antioxidante. Por ser um alimento desprovido de álcool, pode ser consumido em maiores quantidades e sem restrições.

 

 

Dra. Andréa Pittelli Boiago Gollucke é Engenheira de Alimentos - UNICAMP. Mestre e Doutora em Alimentos e Nutrição - UNICAMP. Professora, pesquisadora e consultora na área de alimentos.

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