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Uma dúvida em relação ao chocolate refere-se ao colesterol. O chocolate aumenta ou diminui as taxas? Segundo Gabriela, os chocolates mais amargos, com 70% ou mais de cacau, possuem alta concentração de flavonoides, que são anti-inflamatórios e ajudam a diminuir o colesterol ruim (LDL). Isso porque os flavonoides impedem a oxidação do LDL e parecem aumentar a atividade dos receptores de LDL, o que diminuiria seus níveis no sangue.

Estudos já estudaram a produção de proteínas ligadas às moléculas de colesterol chamadas de apolipoproteínas e mostraram que os flavonoides têm a capacidade de aumentar a produção de apolipoproteína A1 ligada ao colesterol bom (HDL) e diminuir a apolipoproteína A2 ligada a LDL, tanto no fígado quanto no intestino. "Então benefícios existem, sim, mas lembre-se que são chocolates com 70% ou mais de cacau que os proporcionam. As versões ao leite, bastante consumidas pela população, já não possuem tantos benefícios, pois contêm baixa concentração de cacau – cerca de 30-35% –, o que torna esse alimento mais rico em açúcar e gordura. E nesse caso essa gordura saturada e o açúcar podem aumentar os níveis de colesterol e triglicerídeos sanguíneos. Por isso, na hora de escolher, fique na versão amarga acima de 70% de cacau", aconselha a nutricionista.

Outra discussão antiga é a respeito do chocolate causar enxaqueca. Gabriela diz que, além da cafeína, o chocolate também contém feniletilamina, uma substância do grupo das aminas que age sobre o calibre dos vasos sanguíneos, o que pode deflagrar crises de dores de cabeça e enxaqueca. "Mas na prática vejo que o paciente que tem enxaqueca apresenta características particulares com relação aos alimentos. Isso porque em algumas pessoas que têm enxaqueca, se consumirem chocolate bem moderadamente, nada acontece. Já outras, mesmo com pequenas quantidades, ligam seu consumo ao aparecimento da crise. Então é importante que o paciente fique atento ao consumo dos alimentos para que possa identificar os que desencadeiam as crises", explica ela.

E em relação às famosas espinhas, é verdade que o chocolate provoca irritação na pele? Gabriela explica que estudos recentes mostram a ligação do leite de vaca e do açúcar ao aparecimento de espinhas e problemas de pele. Então o chocolate ao leite não seria uma boa escolha para quem sofre com isso. No caso do leite, ele aumenta uma substância que se chama IGF1, que, em grandes quantidades no organismo, se traduz em aumento de oleosidade e na acne. Já a grande quantidade de açúcar torna o chocolate um alimento de alto índice glicêmico. Quando ele é ingerido, o corpo é obrigado a liberar grande quantidade de um hormônio chamado de insulina, e esse aumento leva a um aumento de oleosidade e à inflamação da pele.

E é verdade que ele diminui os riscos de doenças do coração? Segundo a nutricionista, o chocolate pode, sim, ajudar na prevenção de doenças cardíacas. Mas entram nesse grupo de benefícios somente os que contêm mais de 55% de cacau, pois o grande benefício é dado pelos flavonoides, e quanto maior o teor de cacau do chocolate, mais flavonoides ele vai conter. Os flavonoides, substâncias antioxidantes do grupo dos polifenóis, apresentam propriedades anti-inflamatórias que ajudam na circulação, no combate à aterosclerose (acúmulo de gordura nas artérias) e na elevação do colesterol ruim sanguíneo, o temido LDL, sendo um grande aliado na manutenção da saúde cardiovascular.

E ele alivia os sintomas da TPM? Gabriela diz que sim. Existem duas explicações para esse efeito. A primeira é que na TPM a mulher sofre com alterações hormonais e com a redução de minerais como o magnésio. E o segredo é que o cacau é rico em magnésio, então o corpo acaba "pedindo" esse alimento na esperança de reverter o quadro. A segunda explicação é que o consumo de chocolate leva à liberação de serotonina, o hormônio que leva ao prazer e ao bem-estar. Isso acontece pela presença de feniletilamina, que é precursora da serotonina e aciona áreas do cérebro ligadas ao prazer.

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