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O que os estudos mais recentes apontam sobre o aspartame? Ele possui riscos para a saúde, como alguns estudos divulgados sugerem?
Para entender os riscos potenciais do aspartame, precisamos compreender o que acontece com ele dentro do nosso organismo. Depois de ingerido, o aspartame é digerido no trato digestório, liberando dois aminoácidos, ácido aspártico e fenilalanina, e o metanol. O ácido aspártico está presente naturalmente em alimentos que ingerimos e só seria prejudicial em quantidades muito acima da ingestão diária aceitável para o aspartame. A fenilalanina é um aminoácido essencial, presente naturalmente nos alimentos fontes de proteínas, tanto animais como vegetais. Sua ingestão só é prejudicial para pessoas que têm uma intolerância específica, causada pela falta de uma enzima (essas pessoas têm a chamada "fenilcetonúria"). Embora seja uma doença pouco frequente, o alerta "contém fenilalanina" nos produtos com aspartame é necessário para que essas pessoas não os consumam. Mas vale mencionar que carnes, peixes, frango, feijão, arroz, laticínios e até algumas verduras, legumes e frutas contêm fenilalanina, em quantidades variáveis, maiores que as contidas no aspartame. Os alimentos in natura não têm rótulos, os industrializados os têm, e neles é obrigatório constar essa informação de alerta. Logo, desde que não sejamos fenilcetonúricos, não precisamos nos preocupar com o ácido aspártico e a fenilalanina do aspartame, utilizado sem excessos.
E quanto ao metanol? Dados divulgados pela Anvisa mostram que a quantidade de metanol proveniente do aspartame contido em uma lata de refrigerante (350 ml) equivale à quantidade liberada pelo mesmo volume de suco de laranja e de maçã, sendo de 4 a 6 vezes inferior àquela presente no suco de tomate e de uva. Mesmo ingerindo o aspartame na quantidade máxima aceitável, a ingestão de metanol seria 200 vezes menor que a considerada tóxica dessa substância.
Em termos práticos, a quantidade máxima de aspartame que um adulto com 60 kg pode ingerir diariamente, com segurança, é de 2.400 mg, o que equivale, aproximadamente, ao consumo de 48 envelopes de 1 g de um adoçante dietético com 5% de aspartame, ou a 4 litros de refrigerante adoçado apenas com aspartame. No caso de uma criança com 30 kg, as quantidades máximas correspondem a 24 envelopes do mesmo adoçante ou a 2 litros de refrigerante.