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As sessões acontecem semanalmente, com os dois juntos. Às vezes é necessário intercalar sessões individuais com cada um, a fim de abordar algum ponto mais delicado ou que esteja travando o andamento do trabalho. A psicóloga explica que são utilizadas técnicas específicas que facilitam a comunicação entre eles, exercícios que os levem a compreender como cada um funciona e como seu comportamento afeta o parceiro. "O foco é na 'relação', e não no 'indivíduo', ou seja, trabalha-se sempre com o vínculo e com cada um apenas no que diz respeito à sua interferência na relação a dois. Caso apareçam questões mais profundas de cada um, indica-se uma terapia individual para que lidem com elas no contexto adequado", diz ela.
A terapia auxilia o casal na medida em que os faz falar, ouvir o outro, manifestar suas insatisfações e tentar resolvê-las sem conflitos, num ambiente onde impere o respeito, a sinceridade, a ausência de brigas. O diálogo é estimulado, ambos são ouvidos e têm seu momento de fala preservado. Priorizam-se tentativas de acordos e espaço para que se manifestem. "Assuntos tabus podem ser abordados de maneira natural pelo terapeuta, isento de julgamentos, aliviando a tensão causada por problemas que antes não tinham espaço para serem colocados", explica Marina.
Mas a psicóloga chama atenção para o fato de que nem sempre é fácil fazer uma terapia de casal. Assuntos delicados são tratados, verdades são ditas, insatisfações reveladas, mágoas antigas ressurgem com força, em muitos casos. O clima pode ficar tenso, e aí conta-se com a interferência do terapeuta, que os acalma e ajuda para que transformem a possível briga num diálogo construtivo. Dessa forma, ao se trabalhar todas as questões antes não ditas, acumuladas e escondidas "debaixo do tapete", é possível livrar-se delas para sempre, e não deixar que interfiram na relação, causando conflitos constantes. "Quando o casal está disposto a melhorar a relação, os resultados têm grande chance de ser positivos, amadurecendo o vínculo, tornando-o ainda mais forte e duradouro. Mas quando a melhor solução é a separação, pode-se investir para que ela aconteça de forma madura, elaborada, consensual, com o mínimo de conflitos e estresse possível", finaliza ela.
Marina Vasconcellos é psicóloga pela PUC–SP. Especialização em Psicodrama Terapêutico pelo Instituto Sedes Sapientiae, Psicodramatista Didata pela Federação Brasileira de Psicodrama (FEBRAP) e Terapeuta Familiar e de Casal pela UNIFESP.
http://marinavasconcellos.com/
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