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As provas clínicas consistem em determinar
• Coma aperceptivo – observado com a resposta a estímulos externos, principalmente estímulos álgicos. Não descartam o diagnóstico de morte encefálica reflexos medulares como os osteotendíneos, cutâneos abdominais, cutâneo plantar, de retirada e tônico-cervical.
• Ausência de atividade motora supra-espinal – observada com a ausência de reflexos de tronco cerebral. São eles:
Reflexo pupilar - contração pupilar ao estímulo luminoso em ambos os olhos;
Reflexo oculocefálico - movimentação ocular em resposta à rotação cervical para ambos os lados;
Reflexo córneo-palpebral - contração palpebral após estímulo táctil de ambas as córneas (normalmente realizado com swab ou chumaço de algodão);
Reflexo oculovestibular - movimentação ocular após estímulo com 50 - 100 ml de soro fisiológico a 0ºC em conduto auditivo (observar por 1 minuto e realizar do lado oposto após 5 minutos de intervalo);
Reflexo de tosse (pode ser testada com movimentação da cânula orotraqueal ou aspiração de vias aéreas).
• Apnéia – é comprovada após ausência de esforço respiratório após estímulo com hipercapnia. O teste consiste em:
• Pré-oxigenação com FiO2 100%;
• Desconexão do ventilador e manutenção de cateter de O2
6 l/min perto da carina (muitos autores aceitam o tubo T);
• Observação por 10 minutos;
• Coleta de gasometria arterial.
Se a gasometria obtida no fim do teste apresentar PCO2 maior ou igual a 55 mmHg e houver ausência de esforço respiratório durante o período de observação, a prova é positiva (alguns autores defendem uma PCO2 de 60 mmHg).
Se houver esforço respiratório, a prova é negativa.
Se a PCO2 for menor que 55 mmHg, o teste é inconclusivo. Neste caso o exame pode ser repetido por até 15 minutos. Para evitar que isto aconteça, uma gasometria pode ser colhida no início do exame para que a PCO2 inicial não seja menor que 30 mmHg.
Se houver qualquer instabilidade de oxigenação ou hemodinâmica, o exame deve ser interrompido.
Para o diagnóstico de morte encefálica todos os exames clínicos devem ser positivos. É importante lembrar que durante o processo não pode haver risco de morbidade ao paciente, já que ainda não há o diagnóstico de morte. Se houver dificuldade para a realização de algum exame, é aconselhável consulta ao neurologista e à Central de Notificação.
Idade | 7 dias - 2 meses | 2 meses - 1 ano | 1 ano - 2 anos | > 2 anos |
Avaliações Clínicas | 2 provas com intervalo de 48 horas | 2 provas com intervalo de 24 horas | 2 provas com intervalo de 12 horas | 2 provas com intervalo de 6 horas |
Exames Complementares | 2 EEG com intervalo de 48 horas | 2 EEG com intervalo de 24 horas | 2 EEG com intervalo de 12 horas ou 1 outro exame complementar qualquer | 1 exame complementar qualquer |