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Os principais fatores que contribuem para que determinados alimentos desencadeiem a enxaqueca são as características dos próprios alimentos (como a capacidade de promover vasodilatação) e a susceptibilidade genética, motivo pelo qual nem todos os enxaquecosos desenvolvem crises quando expostos ao mesmo tipo de alimento/produto, ou pior, no caso da cafeína, alguns melhoram e outros pioram. Em alguns casos, a enxaqueca deflagrada pela alimentação pode indicar até outros problemas, como intolerância à lactose ou doença celíaca.

O fato de a dor ser desencadeada ou não por um alimento não muda o tratamento da crise aguda, na qual se usam medidas comportamentais (repouso, pouca luz) e farmacológicas (analgésicos específicos para enxaqueca, como os triptanos). A questão diz respeito à prevenção, na qual, futuramente, o indivíduo deve ser orientado a evitar a exposição a este fator desencadeante.

Em geral, o tratamento da enxaqueca crônica leva em consideração orientar o paciente a reduzir o uso de analgésicos e tomar medicações preventivas para dor por, pelo menos, seis meses, ininterruptamente. Normalmente, levamos em consideração as comorbidades do indivíduo para escolher este preventivo.

Assim, é importante que o indivíduo com dor de cabeça reconheça que, muito mais do que se automedicar, o fator determinante no sucesso do tratamento será reconhecer a dor em toda sua complexidade, por exemplo, seus fatores desencadeantes, como os alimentos, e que procurar o auxílio de um profissional médico para isto será sempre o melhor caminho.

 

 

Dr. André Felicio, neurologista, doutor em ciências pela UNIFESP, membro da Academia Brasileira de Neurologia, pós-doutor pela University of British Columbia, no Canadá, e médico pesquisador do Hospital Israelita Albert Einstein (CRM 109665)

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