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Assim como se fala em "língua presa", fala-se também em "língua solta". O que diferencia esse problema do outro? Quais são as principais características?

"Língua presa" e "língua solta" são problemas completamente distintos, que necessitam do atendimento de profissionais especializados (fonoaudiólogo, cirurgião plástico e dentista) para o diagnóstico e definição das condutas adequadas para cada caso.

O que é popularmente conhecido como "língua solta" diz respeito a uma alteração de fala chamada ceceio, que ocorre devido à flacidez da musculatura da língua e, em razão dessa "frouxidão", a língua é projetada para a frente (ceceio anterior) ou para os lados (ceceio lateral). O ceceio pode ser causado por diversas razões. Crianças com problemas respiratórios (que têm o hábito de dormir com a boca aberta) ou com alterações dentárias, causadas principalmente pelo uso da chupeta e da mamadeira, são sérias candidatas a apresentar este distúrbio.

 

O que esta anomalia causa nas nossas funções de fala e outras?

Em relação à fala, a "língua solta" causa a distorção na produção do som, o que pode comprometer a mensagem. Quanto à deglutição, pode alterar a forma dentária, levando os dentes para a frente, mesmo após a finalização do tratamento ortodôntico, com aparelho. E, finalmente, em relação à alimentação, pode prejudicar a centralização do bolo alimentar do assoalho da boca e o transporte do alimento da região anterior para a região posterior da boca.

 

Algum dos dois problemas pode trazer dificuldades de deglutição?

Quando nos referimos à alimentação, o frênulo curto pode prejudicar principalmente na fase de amamentação, e os principais sintomas observados são: dor no mamilo, dificuldade na ordenha e sucção, que resultam em desmame precoce e perda de peso. Em decorrência do frênulo curto, pode-se ainda observar ineficiência na mastigação e deglutição, podendo ocorrer por dificuldade de posicionamento da língua no palato duro devido à postura baixa da língua, que, por sua vez, gera acúmulo de alimentos na cavidade oral, além de dificultar a propulsão (transporte) do bolo alimentar da região anterior da boca para a região posterior.

Já a "língua solta", quanto à deglutição, como relatado anteriormente, pode alterar a forma dentária, levando os dentes para a frente, mesmo após a finalização do tratamento ortodôntico, com aparelho.

 

 

Andréa Cristina de Almeida Santos Farah é fonoaudióloga graduada pela Universidade do Sagrado Coração – USC (1992) e profissional da Seção de Fonoaudiologia do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC/Centrinho) da Universidade de São Paulo (USP) desde 1995. Especialista em Motricidade Oral pelo HRAC-USP (2004).

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