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d) Raça: no geral, não há diferença de prevalência do alcoolismo entre as raças. Apesar das causas biológicas dos diferentes riscos não serem conhecidas, determinadas pessoas em certos grupos populacionais podem apresentar um risco maior ou menor de acordo com a maneira como metabolizam o álcool. As populações indígenas são menos sensíveis aos efeitos intoxicantes do álcool.
Muitos asiáticos apresentam um risco menor de se tornarem alcoólatras devido a um fator genético que os torna deficientes em aldeído desidrogenase, uma substância química utilizada pelo corpo para metabolizar o álcool. Na sua ausência, são formadas substâncias tóxicas a partir do álcool que rapidamente levam a rubor, tonteira e náuseas. As pessoas com esta susceptibilidade genética, portanto, apresentam reações adversas ao álcool e, dessa forma, não se tornam alcoolistas. Entretanto, esta deficiência não protege completamente contra o alcoolismo, particularmente se associada a pressões sociais. É importante compreender que, se hereditário ou não, o alcoolismo não exime as pessoas das responsabilidades legais de seus atos.
e) Distúrbios emocionais: Pessoas muito deprimidas ou ansiosas apresentam um risco elevado para alcoolismo, tabagismo e outros vícios. A depressão acompanha cerca de um terço de todos os casos de alcoolismo, sendo mais comum entre mulheres alcoólatras que entre os homens. Interessantemente, a depressão em mulheres alcoólatras pode fazê-las beber menos que as mulheres não-deprimidas, enquanto que nos homens alcoólatras a depressão possui efeito contrário, aumentando o consumo da bebida. A depressão e a ansiedade desempenham papéis importantes no desenvolvimento do alcoolismo entre idosos.
f) Traços da personalidade: cientistas estão descobrindo que o álcool relaciona-se com comportamentos impulsivos estabelecidos ainda na infância: crianças hiperativas ou com dificuldade de concentrar atenção apresentam um risco maior de alcoolismo. As crianças que mais tarde se tornarão alcoólatras ou viciadas em drogas tendem a ter menos medo de novas situações que outras, mesmo quando há perigo de se machucarem.
g) Fatores sócio-econômicos: acreditava-se que o alcoolismo fosse mais prevalente na população de nível sócioeconômico mais baixo, mas na verdade não existem grandes diferenças entre as várias classes sociais. Existe um número quase equivalente de mulheres e homens alcoólatras, ainda que o alcoolismo possa ser mais perigoso nas classes mais baixas pela maior dificuldade no acesso a recursos médicos.