Roncos durante a noite? Conheça alguns tratamentos da apneia do sono

Anvisa aprova novo tratamento

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou recentemente um implante palatal (região do céu da boca) de um microchip que promete diminuir em até 80% o ruído do ronco em pacientes com apneia leve. Desenvolvida por médicos do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital São Camilo, a técnica é minimamente invasiva e seria uma boa alternativa para o tratamento desse tipo de paciente.

Mesmo após a aprovação da Anvisa, o método ainda é visto com desconfiança por parte de alguns especialistas. De acordo com Lia, o procedimento ainda não foi totalmente avaliado em grande número de pacientes e comparado com outros tratamentos. "Como a apneia tem vários fatores causais, como obesidade, alterações faciais e de tecidos da faringe e da garganta, os procedimentos cirúrgicos e de implantes palatais ainda não são eficazes em abolir totalmente as apneias. Em caso de ronco isoladamente ou apneias leves, essa técnica pode aliviar parcialmente esses eventos", explica.

Além do uso do microchip, a médica aponta outras maneiras de se tratar a apneia do sono e que já possuem eficácia mais comprovada. "O aparelho que gera uma pressão de ar no nariz por meio de uma máscara (CPAP) é atualmente o mais comprovado em termos de eficácia. Esse tratamento elimina as apneias e tem sucesso em casos graves, porém, no decorrer do tempo, nem todos os pacientes usam o aparelho regularmente", diz.

Para casos mais leves, a especialista recomenda o uso de aparelhos de silicone intraorais, que tracionam a mandíbula para a frente e são bem indicados, pois funcionam adequadamente em pacientes com esse diagnóstico.

Dra. Lia Rita Azeredo Bittencourt é médica formada pela Universidade Federal do Espírito Santo, com residência médica e especialização em Pneumologia, mestrado e doutorado em Pneumologia na UNIFESP e certificação em Medicina do Sono pela Associação Brasileira do Sono. É professora adjunta IV e livre-docente em Medicina e Biologia do Sono na UNIFESP, além de coordenadora clínica do Instituto do Sono/AFIP.