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Quais são os riscos da automedicação a curto e longo prazo?

A curto prazo, o maior risco é de se perder o tempo crucial para se fazer o diagnóstico certo e na hora certa, utilizando a medicação correta, salvando assim uma vida. Um exemplo é um paciente que apresenta tosse e febre como início de uma pneumonia. A situação ainda é mais delicada quando esse paciente se enquadra nos dois extremos das idades, ou seja, uma criança ou um idoso, já que, nesses casos, a doença evolui mais rápido. Portanto, tem-se um tempo muito curto para tratar a doença. E, se utilizarmos somente analgésico simples e xarope para baixar a febre e aliviar a tosse e não fizermos o diagnóstico da pneumonia, podemos perder um tempo precioso para utilizar um antibiótico certo e salvar a vida desse doente.

 

Medicamentos como os de gripe são alguns dos mais comuns vendidos sem restrições em farmácias. Quais são os riscos que esse tipo de tratamento pode trazer?

A maioria desses medicamentos são associações de vários medicamentos. Entre eles os mais comuns são: analgésicos simples, relaxantes musculares, descongestionantes e estimulantes.

A automedicação já é um risco muito grande quando se faz uso de um medicamento, e quando estamos utilizando vários ao mesmo tempo, como neste caso, a atenção deve ser maior ainda. Precisamos sempre levar em consideração todas as interações medicamentosas. Para cuidar de uma gripe, na realidade, é necessário apenas de repouso, boa alimentação e muita água.

 

O que pode ser feito para conscientizar a população sobre os riscos da automedicação?

É necessário que se eduque sobre o tema e os riscos que podem causar estes medicamentos chamados de "simples" e que são de livre acesso para todos nós. Por essa razão que criamos o ConversanDOR, projeto do Centro Multidisciplinar da Dor (RJ), voltado para educar nossos pacientes, seus familiares, cuidadores e tentar sensibilizar as Secretarias de Saúde em nível Municipal, Estadual e Federal.

 

 

Dr. Alexandre Amaral é médico pela Escola de Medicina e Cirurgia da UNIRIO. Atua no Hospital dos Servidores do Estado (RJ) como responsável pelo Setor de Neurocirurgia Funcional, é professor do Instituto Carlos Chagas, ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro, e diretor médico do Centro Multidisciplinar da Dor (RJ).

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