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Por que algumas pessoas são mais sensíveis à bebida e outras não? Quais indivíduos devem evitar o consumo em excesso?

Primeiramente, vale salientar que, de acordo com o preconizado pela Organização Mundial da Saúde, o consumo de bebidas alcoólicas é inaceitável nas seguintes condições:

• Menores de 18 anos;

• Gravidez;

• Situações em que a atenção e reação sejam plenamente exigidas, como direção de veículos automotores e operação de máquinas;

• Pessoas com dependência do álcool ou em uso de medicamentos cujos efeitos possam ser alterados pelo uso concomitante de bebidas alcoólicas.

Caso o indivíduo não tenha diagnóstico de abuso/dependência e tenha mais de 18 anos, não deve beber diariamente, nem mais do que 2 doses/dia para os homens e 1 dose/dia para as mulheres; deve se habituar a beber preferencialmente às refeições e, se não for capaz de reduzir o consumo sozinho, deverá procurar ajuda especializada. Caso o indivíduo não beba, não se recomenda que comece a beber.

Ainda, alguns grupos são mais vulneráveis aos efeitos das bebidas alcoólicas, como é o caso das mulheres, dos jovens e dos filhos de pais alcoolistas. Em geral, as mulheres atingem concentrações de álcool no sangue maiores do que os homens após consumirem a mesma quantidade de álcool, mesmo quando diferenças no peso corpóreo são levadas em conta. Isso ocorre porque o álcool se mistura facilmente com a água do nosso corpo, e, como as mulheres possuem proporcionalmente menos água do que os homens, o álcool se torna muito mais concentrado, tornando os efeitos mais agravantes. Além disso, também apresentam menores níveis das enzimas responsáveis pelo metabolismo do álcool, e o mesmo permanece no corpo da mulher por mais tempo.

Já os efeitos do consumo de bebidas alcoólicas por jovens é um sério problema porque o SNC ainda se encontra em desenvolvimento. Dessa maneira, suas vias neuronais podem se tornar mais suscetíveis aos danos causados pelo álcool, levando ao comprometimento de várias funções. Ademais, em um período repleto de mudanças físicas, psicológicas e sociais, sob os efeitos do álcool, os jovens ficam mais propensos a comportamentos de risco (brigas, sexo desprotegido, acidentes automobilísticos, entre outros). Também preocupante é o fato de que o início precoce do uso de álcool (antes dos 15 anos de idade) é um indicativo de maior risco para o desenvolvimento de transtornos relacionados ao uso de álcool (abuso ou dependência).

Ademais, estudos apontam que fatores genéticos explicam aproximadamente 50% das vulnerabilidades que levam ao beber pesado e ao desenvolvimento de transtornos relacionados ao uso de álcool, tais como abuso e dependência. Pesquisas anteriores apontam que filhos de alcoolistas possuem 4 vezes mais riscos de desenvolverem alcoolismo, mesmo se forem criados por indivíduos não alcoolistas.

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