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No Brasil, tanto os homens quanto às mulheres, ainda têm, como hábito, se higienizar com o sabonete comum, em barra, enquanto que, desde os anos 60, americanos e europeus já fazem uso do sabonete líquido íntimo. Mas, devagar, a assepsia íntima vem tomando lugar nas prateleiras de perfumarias e principalmente nas linhas de cosméticos já tradicionais do mercado brasileiro.

O sabonete em barra não possui o pH apropriado para a região íntima, mesmo os que se declaram neutros, em contato com a água adquirem pH alcalino (chegando a um pH 10 ou até mesmo mais). Além disso, uma vez retirado da embalagem, ele fica exposto, e, úmido, favorece a proliferação de microorganismos.

O grau de acidez da mucosa das partes íntimas (pH 3,8 – 4,2) é mais elevado do que o resto do corpo. Esse ambiente ácido favorece a presença de determinados microorganismos que causam mau cheiro e irritação. Dada a proximidade do ânus, a vagina e a genitália externa podem constantemente se contaminar.

Uma perturbação do pH, que se torne muito alto, provocado por sabonete sólido alcalino ou sabonete líquido não suficientemente ácido, pode favorecer o desenvolvimento de microorganismos como a Cândida albicans. Resíduos de secreção, que surgem mesmo sem atividade física, só dirigindo o carro ou permanecendo sentado por muito tempo, provocam facilmente alcalinidade com conseqüente irritação da mucosa. Isto vale tanto para a mulher como para o homem. Para a mulher é importante saber que durante o período menstrual e em seguida ao uso prolongado da pílula anticoncepcional, há uma variação de pH da mucosa, que se torna mais vulnerável a infecções microbianas.

Os sabonetes líquidos íntimos são produtos medicinais (antisépticos) sujeitos a testes de eficácia e segurança e os resultados destes testes, devem constar da bula ou do rótulo do produto. Sua utilização deve ser orientada por médico ou farmacêutico.

 

Referências

 

http://nemawashi.com.br/v2

http://www.sbrt.ibict.br

http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/series/cosmeticos

 


Profa. Aparecida Erica Bighetti é Doutora em Clínica Médica pela UNICAMP, Mestre em Farmacologia pela UNICAMP e Graduada em Ciências Farmacêuticas pela Puc-Campinas. Coordenadora do curso de Farmácia da Universidade São Francisco, Campus Bragança Paulista. E-mail para contato: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

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