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O resultado de todas estas transformações são os dados que apontam a redução do número de fumantes no país. Dados da Pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, realizada entre 2006 e 2010, mostram que a proporção de brasileiros fumantes caiu de 16,2% para 15,1%. Entre os homens, que em geral fumam mais, o número caiu de 20,2% para 17,9%, sendo, por isso, mais expressivo que entre as mulheres: o índice continua estável em 12,7%. Pessoas com menor escolaridade (zero a oito anos de estudo) fumam mais, com taxa entre 18,6%, em relação às pessoas mais escolarizadas (12 anos ou mais de estudo), em que o índice de fumantes é de 10,2%. Esse dado atenta para a necessidade de campanhas dentro e fora das escolas, para atingir toda a população. Entre os jovens estudantes de segundo grau, entre 2000 e 2009, as taxas de tabagismo diminuíram de 28% para 17,2%.

Apesar das reduções, existe ainda um número expressivo de mortes por cânceres de pulmão ocasionados pelo tabagismo, e isso sem contar outras doenças, como hipertensão, infarto, derrame, entre outras. A previsão é de que, somente neste ano, o câncer de pulmão atinja 27.630 brasileiros: 17.800 homens e 9.830 mulheres. Para diminuir os altos números e para que em um futuro próximo o tabagismo não seja um problema mundial, cada governo deve continuar a fechar o cerco, com campanhas de conscientização que evitem a existência de novos fumantes e, ainda, com o combate ao tabagismo entre os fumantes atuais, para que deixem o vício o quanto antes.

 

 

Dr. André Márcio Murad é coordenador do Serviço de Oncologia do Hospital das Clínicas da UFMG, do Centro de Oncologia Hospital Lifecenter e do CENANTRON – Centro Avançado de Tratamento Oncológico.

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