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Os resultados permitiram concluir que homens e mulheres que sofriam de enxaqueca com aura estavam com um risco maior de morte por todas as causas, bem como doenças cardíacas e acidente vascular cerebral, enquanto que aqueles com enxaqueca sem aura não corriam riscos.
Além disso, o estudo diz que as mulheres que sofrem de enxaqueca com aura também estão em maior risco de morrer de outras causas de doenças cardiovasculares ou câncer. "No entanto, resta saber quais as doenças que contribuem para o aumento do risco observado para mulheres com enxaqueca", dizem os pesquisadores, que concluem que o risco individual enfrentado pelos portadores de enxaqueca é baixo, e os esforços para reduzir as mortes por doenças do coração devem focar os fatores de risco convencionais como hipertensão arterial, tabagismo e níveis elevados de colesterol, independentemente do status da enxaqueca.
Eles pedem que mais pesquisas sobre a relação entre enxaqueca e morte por doenças cardiovasculares e outras causas sejam feitas. "Finalmente, são necessários estudos para determinar se a redução da frequência de ataques com tratamento preventivo da enxaqueca pode reduzir o risco de doença cardiovascular", acrescentam.
Um segundo estudo, também publicado no British Medical Journal, considera que as mulheres que sofrem de enxaqueca com aura também estão em maior risco de acidente vascular cerebral hemorrágico (sangramento que ocorre no cérebro) – cerca de 20% de todos os casos. No entanto, o autor principal, Dr. Tobias Kurth, diretor de investigação no INSERM (Institut National de la Santé et de la Recherche Médicale da França), argumenta que, mesmo com o baixo risco, são necessárias mais pesquisas para confirmar esses resultados.
Dr. Klaus Berger, da Universidade de Muenster, na Alemanha, escreveu um editorial que acompanha o primeiro estudo e questiona se os médicos devem informar os pacientes sobre os riscos associados à enxaqueca com aura. Berger afirma que "para muitas pessoas, a informação vai causar uma quantidade injustificada de ansiedade, embora outros possam usar a oportunidade para modificar seu estilo de vida e fatores de risco nesse sentido" e que "os médicos devem avaliar cuidadosamente a decisão, se devem ou não discutir os riscos ligados a essa condição".
Fonte: British Medical Journal
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