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 Existe tratamento para a disfunção erétil? Há algum remédio para ajudar? Existe cura?

Existe tratamento seguido de cura, como também existe tratamento contínuo, porém sem cura. Depende da causa da disfunção erétil. Quando a causa é decorrente do transtorno da afetividade ou por ansiedade, estresse e depressão, o tratamento é seguido de cura na maioria das vezes. A psicoterapia constitui um excelente recurso para reverter a situação. Porém, quando a causa for orgânica ou física, o tratamento não proporciona a cura, mas é capaz de devolver a capacidade erétil e o retorno à vida sexual plena. Neste sentido, os medicamentos orais, injetáveis e as próteses penianas restabelecem a atividade sexual dos pacientes. As próteses penianas representam o único recurso capaz de restabelecer o pênis para o intercurso sexual definitivamente devido a doenças orgânicas.

 

Os homens têm algum tipo de preconceito em buscar ajuda ou se tratar?

Sim, os homens sempre resistem muito para procurar ajuda com o urologista. No início do aparecimento da disfunção erétil procuram pela farmácia ou por receitas naturais sem orientação médica. Os meios de comunicação nos últimos tempos têm encorajado os homens a procurar por ajuda médica mais cedo.

 

É necessário abrir o assunto para a parceira? Em que isso pode ajudar?

Eu costumo dizer que a disfunção erétil é um problema do casal, e não apenas do homem. Por isso, sempre costumo abordar o problema com o casal. Muitas revelações de ordem comportamental surgem durante as entrevistas dos casais que passam por esse problema. Após uma entrevista com a parceira individualmente, ocorrem muitos ganhos na relação do casal que não seriam possíveis se a abordagem fosse restrita apenas ao homem.

 

Durante o tratamento podem ocorrer relações sexuais?

É natural que durante o tratamento possam ocorrer relações sexuais. Porém nos orientamos para que o nível de exigência seja pela qualidade, e não pela quantidade das relações. Com a quebra desse paradigma típico de uma cultura machista, ocorre uma melhora em todos os aspectos da sexualidade.


Uma vez tratado, o problema pode voltar? E se não tratado, o que pode acontecer?

Como qualquer problema de saúde, é preciso que fique bem claro que o tratamento é um meio, e não um fim. Após o esclarecimento dos problemas são elucidadas as causas para o casal e as propostas de tratamento são oferecidas. O resto deve vir por conta do paciente e do casal. As falhas de tratamento em geral são devidas à intolerância aos medicamentos, ou a transtornos psicológicos ou mesmo de resistência aos tratamentos que merecem a intervenção de psicoterapia. Em casos extremos, a separação ocorre como consequência de casos insolúveis com os recursos disponíveis e nesses casos a origem central do problema é a incompatibilidade afetivo-sexual do casal.

 

 

Antônio Barbosa de Oliveira Filho é Doutor em Ciências, junto ao Programa de Pós-Graduação em Urologia pela Universidade Federal de São Paulo, Mestre em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto e atua na área de Medicina, principalmente nos seguintes temas: disfunção erétil, andrologia, câncer de próstata, hiperplasia benígna da próstata e sexualidade.

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