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O uso ou a troca das pílulas sem controle médico, quando aplicadas na presença de anti-histamínicos, certos antibióticos, barbitúricos para epilepsia, medicamentos para pressão e durante tratamento de tuberculose, pode também diminuir a ação desses fármacos no organismo, além de sobrecarregar o fígado, causando infecções.

Mulheres constantemente trocam de pílula por recomendação de amigas ou simplesmente porque existe uma com nome mais bonito no mercado.

A banalização do uso de anovulatórios orais provocada pelos laboratórios, que empregam nomes sedutores em suas marcas, criando com isso uma identificação com mulheres através de marketing, fez com que as usuárias se esquecessem de tratar-se de remédios e, portanto, possuidores de efeitos colaterais, contraindicações e interações com outros produtos.

A adolescente já sabe que determinada marca ajuda inibindo acne, porém não sabe que, diminuindo a testosterona, sua libido também vai embora. Outras, sugestionadas pelo nome, usam uma que não engorde muito, porém, também não sabem que a dose de estrogênio ali contida pode aumentar o LDL (colesterol ruim).

Existe determinado tipo de pílula no mercado para quem está dando de mamar, porém o risco de gravidez tubária é maior com esse tipo de hormônio.

Pílulas com altas doses de hormônios continuam sendo vendidas sem nenhuma prescrição médica, quando não deveriam ser usadas por: fumantes, obesas, hipertensas ou diabéticas.

As altas doses de hormônios podem provocar em adolescentes a soldadura da epífise dos ossos longos, impedindo o crescimento estatural.

Mulheres com histórico familiar ou pessoal de problemas cardíacos, tromboses, varizes e flebites também devem ter uma criteriosa avaliação médica para o uso de pílulas contraceptivas.

Adolescentes com histórico de HPV não devem usar anovulatórios. Os anovulatórios orais surgiram na década de 60, alavancando o processo de emancipação feminina, desvinculando reprodução de prazer, dando opção de uma vida profissional e podendo a mulher decidir sobre a prole desejada. Além disso, trabalhos mostram que existe uma proteção contra câncer de endométrio (camada interna do útero) e de ovário.

É um método seguro (índice de gravidez em torno de 0,7% por 100 mulheres/ano) e prático, também muito eficaz na síndrome dos ovários policísticos.

Como todo medicamento químico, deve, portanto, depender de uma avaliação periódica para detectar problemas, como retenção líquida, ganho de peso, dor nas mamas, cefaleias, diminuição da libido, depressão, náuseas ou aumento da secreção vaginal.

Somente após um exame deve então ser usada, para que a mulher usufrua de todos os benefícios que a pílula oferece, sem correr riscos.

 

 

Dr. Amaury Mendes Junior é médico ginecologista, sexólogo e possui pós-graduação em terapia sexual. Desenvolve pesquisas na área de sexualidade humana. http://www.amaurysexologo.med.br

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