Índice deste artigo:
Para tentar diminuir as consequências de uma gravidez inadequada, trabalhamos com o planejamento familiar, que depende exclusivamente de 3 fatores: instrutor, clientela e métodos.
Do instrutor espera-se que seja bem preparado e tenha facilidade no relacionamento, tomando o cuidado de não ser onipotente como é bem comum entre os médicos, cabendo a ele apenas auxiliar o/a adolescente na escolha do método. Como nossos clientes são os/as adolescentes, que na maioria das vezes encontram-se em fase de transição biopsicossocial em busca da própria identidade, geralmente são pouco constantes, trocando diversas vezes de método e de orientador, e valorizando mais a opinião da amiga leiga que a do próprio orientador. Também são muito mal informados/as a respeito da própria anatomia de seu corpo.
Em geral, quando procuram o serviço, já vêm grávidas, pois iniciam sua vida sexual na grande maioria das vezes sem o uso de preservativos. A menina porque tem vergonha de andar com preservativo na bolsa (o que ele vai pensar de mim?) e o menino para que ela não pense que ele só queria transar!
Na 1ª consulta, a história clínica é fundamental para que possamos avaliar o grau de informação e de desinformação desse adolescente. A história clínica compreende alguns quesitos tais como religião, doenças, antecedentes ginecológicos e sexuais, vícios e uso de medicamentos.
Não menos importante é o exame físico, que deve ser minucioso e delicado, pois muitas vezes esse é o primeiro a que essa adolescente está sendo submetida. Na orientação, a explanação dos métodos deve abordar vantagens e desvantagens de maneira isenta, pois a escolha deve ser da paciente. Porém, o orientador deve conduzir de maneira sensata a escolha, pois, quando se trabalha com adolescentes, a falha de um método pode ser terrível, podendo terminar até em aborto.