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O professor Doutor do Departamento de Tocoginecologia da Universidade Federal do Paraná e do Serviço de Ginecologia da Santa Casa de Curitiba, Sheldon Botogoski, explica que estudos mostram que o tempo ideal para uma gravidez após a cirurgia é de seis meses a um ano, de acordo com a estabilização da perda de peso da paciente. Já a Sociedade de Cirurgia Bariátrica recomenda que se espere pelo menos um ano para engravidar, após ter realizado inúmeros exames que liberem a paciente para uma gravidez.
De acordo com ele, esse período de espera é importante, pois há estabilização da perda de peso da mulher e também há tempo suficiente para se verificar se não há deficiências vitamínicas e nutricionais nesta futura gestante. "Caso haja algum desses problemas, é bom que ele seja constatado antes, pois ainda há tempo hábil de corrigir antes da paciente engravidar", explica Sheldon.
A gravidez sem ser planejada, nesses casos, pode ser prejudicial para a mulher, já que ela está em um processo de emagrecimento e a absorção de nutrientes após a cirurgia bariátrica é deficitária. Para o bebê também é perigoso, pois a mãe já tem problemas em absorver nutrientes e ainda está em processo de emagrecimento. "Este futuro bebê terá dificuldades no seu desenvolvimento pelo fato de haver carência nutricional materna", explica o especialista. No caso, se não tratada antes da mulher engravidar, a gestante terá que fazer reposição dessas vitaminas, por via oral, na forma de líquidos, ou pela via intramuscular ou endovenosa, na forma de aplicação de substâncias injetáveis.
Ele explica que a mulher deve estar muito atenta ao uso de contraceptivos eficazes após a cirurgia bariátrica. "A leptina é uma substância que, antes da cirurgia bariátrica, é encontrada em alta quantidade no organismo, bloqueando assim o funcionamento da hipófise, e, por consequência, dos ovários. Porém, após a cirurgia, com o emagrecimento, essa substância volta aos níveis normais, fazendo com que a mulher produza óvulos normalmente, podendo engravidar de um a dois meses após a cirurgia bariátrica", explica ele. Por isso, as pacientes devem usar métodos efetivos para evitar a gravidez, como os contraceptivos orais, anel vaginal, injetáveis e preservativo.
A gestante deve ter um acompanhamento nutricional, para evitar problemas de restrição de crescimento fetal ou até mesmo trabalho de parto prematuro. "As mulheres não podem esquecer que os cuidados no pré-natal devem ser intensificados e as consultas normalmente são em menor espaço de tempo", recomenda Sheldon.
Sheldon Rodrigo Botogoski é professor Doutor do Departamento de Tocoginecologia da Universidade Federal do Paraná e do Serviço de Ginecologia da Santa Casa de Curitiba - PUC-PR. Professor de Obstetrícia e Ginecologia na UFPR e PUC-PR.
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