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E como tratar essa doença? Com base nos achados do exame hormonal e do US, dependendo de vários critérios, o médico vai decidir qual a melhor forma de tratamento, podendo inclusive optar somente pela observação, já que alguns casos evoluem espontaneamente para aborto tubário (o saco gestacional é expulso da trompa e absorvido pelo organismo, não necessitando de qualquer tratamento).

Classicamente, a gravidez tubária é resolvida com um procedimento cirúrgico. Nos casos em que a trompa já rompeu, a cirurgia deve ser feita de emergência, consistindo na laparotomia (abertura da cavidade com corte tipo cesariana ou com uma incisão vertical) e retirada da trompa rota (salpingectomia). Nestes casos, a mulher pode ter tido uma hemorragia interna muito grave e necessitar de transfusão sanguínea e/ou de cuidados mais intensivos.

Com a gravidez tubária íntegra, ou seja, na fase que ainda não rompeu, as opções terapêuticas são maiores. A cirurgia pode ser realizada por laparoscopia (procedimento cirúrgico com trauma menor, pois são feitos apenas "furinhos" na barriga para inserção de uma câmera e de pinças), sendo que a trompa pode ou não ser retirada, na dependência das condições cirúrgicas. A manutenção da trompa onde está a gravidez é possível nos casos em que o saco gestacional é pequeno, trazendo a vantagem da manutenção do órgão para uma futura gestação. A desvantagem é que a trompa não retirada pode não ter funcionalidade e predispor a uma nova gravidez ectópica.

Por fim, temos a novidade do tratamento clínico da gravidez ectópica, que consiste na administração de um quimioterápico, uma droga que vai bloquear o desenvolvimento do embrião e levar à sua morte e posterior absorção dos restos embrionários pelo organismo. "Para usar esta medicação, o saco gestacional tem que ser pequeno, sem embrião, com níveis de beta HCG baixos, pouca vascularização do saco gestacional ao estudo vascular com Doppler e a aceitação da paciente ao tratamento", explica Flávia. A aplicação da droga tem que ser monitorada com exames da função do fígado, do rim e hemograma, já que podem ocorrer efeitos colaterais. Um acompanhamento rigoroso com a dosagem do beta HCG e US seriados são importantes para avaliar o sucesso da terapia. Caso não seja observada a regressão do saco gestacional, opta-se pelo tratamento cirúrgico.

 

Dra. Flávia Maciel de Aguiar Fernandes de Mendonça é médica ginecologista e obstetra, formada pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Faculdade de Medicina da USP Ribeirão Preto.

Subespecialista em laparoscopia e histeroscopia pela Faculdade de Medicina da USP Ribeirão Preto. Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO. Título de Especialista em Laparoscopia e Histeroscopia pela FEBRASGO. Mestre pela Faculdade de Medicina da USP Ribeirão Preto, com estudos na área de Endometriose. Professora do curso de medicina do Centro Universitário Barão de Mauá. Médica assistente no setor de Endoscopia ginecológica e dor pélvica crônica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP Ribeirão Preto desde 2010. CRM: 103.074 – SP

Blogueira dos blogs Dra. Flávia Aguiar (http://www.draflaviaaguiar.blogspot.com) e Gravidinhas e Mãezinhas (http://www.gravidinhasemaezinhas.com)

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