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Porém, o uso da chupeta também tem desvantagens. Um deles e o que as mães mais temem é que o seu uso precoce pode interferir na amamentação. Algumas pesquisas sugerem que o uso precoce de bicos artificiais pode estar associado com a diminuição da amamentação exclusiva e duração do aleitamento materno. "Mas vale lembrar que nesses estudos não ficou claro se o uso de bicos artificiais causou problemas na amamentação ou serviu como uma solução para um problema já existente", explica Paulo.

Outro ponto negativo é que o bebê pode ficar dependente da chupeta, precisando sempre dela para dormir, e não são infrequentes crises de choro no meio da noite quando a chupeta cai da boca do seu bebê. O uso da chupeta também pode aumentar o risco de infecções do ouvido médio, embora as taxas de infecções sejam baixas até os seis meses de idade. O uso de chupeta também pode levar a problemas dentários quando não se consegue retirar a chupeta durante os primeiros anos de vida.

Caso você opte por dar a chupeta ao seu filho, a dica do pediatra é introduzi-la somente quando a amamentação já estiver bem estabelecida, isto é, quando o bebê já estiver mamando bem, normalmente após 3 ou 4 semanas de vida.

Em relação à higiene, é necessário esterilizar a chupeta em água fervente ou mesmo nos esterilizadores de micro-ondas e ficar de olho na durabilidade, especificada na embalagem.

Outra preocupação das mães é a hora de largar a chupeta, mas não existe uma fórmula mágica para isso. "Assim que a mãe der a chupeta pela primeira vez, já deve pensar em quando irá tirar. Certamente isso deve acontecer antes dos dois anos, mas, se possível, o quanto antes", diz Paulo. Uma dica do especialista é tentar usar a chupeta somente à noite e tentar associá-la ao local de dormir, não permitindo que a criança use chupeta durante o dia ou fora do berço ou do quarto. "Logo que a criança dormir retire a chupeta, para que ela se acostume a dormir sem e não fique acordando muitas vezes durante a noite", diz o pediatra.

Tirar a chupeta é uma decisão difícil e o conselho do pediatra é, assim que os pais se decidirem, manter a decisão e jogar todas as chupetas fora, para evitar recaídas.

 

 

Paulo N. Telles é médico há 10 anos, com residência em Pediatria e Neonatologia pela Faculdade de Medicina da USP e título de especialista em Pediatria e Neonatologia pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Fez parte do corpo clínico dos principais hospitais e maternidades de São Paulo nos últimos anos, incluindo Hospital São Luiz, Santa Catarina, Samaritano e Hospital Israelita Albert Einstein.

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