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O modelo EEA (Estabelecimento, Extensão e Abreviação)
Uma proposta recentemente desenvolvida para acompanhar o desenvolvimento do processo contínuo da comunicação mãe-bebê nos primeiros oito meses de vida nos propõe três etapas sucessivas de desenvolvimento, chamadas de estabelecimento, extensão e abreviação (modelo EEA, Lyra, 2007a; 2007b).
No estabelecimento, a mãe e o bebê procuram estabelecer uma ação conjunta, seja ambos olhando um para o outro ou ambos olhando e voltando a atenção para um objeto.
Na extensão, a mãe já está segura de que seu bebê mantém o olhar para ela ou já está segura de que ele está prestando atenção e olhando para um objeto. A partir desta constatação ambos, mãe e bebê, prolongam o tempo de interação introduzindo inúmeras ações novas (sorrisos, barulhinhos, movimentos de cabeça, nas trocas face a face, e movimentos diversos voltados para tocar e segurar o objeto, nas trocas mãe-objeto-bebê).
Na abreviação ocorre uma redução do tempo de interação, tanto face a face como mãe-objeto-bebê, observando-se um ajuste mútuo rápido e suave entre os turnos que constituem as trocas mãe-bebê. Ambos demonstram já conhecer o que o parceiro vai fazer; o bebê imediatamente recebe o objeto oferecido pela mãe e, nas trocas face a face, o bebê rapidamente troca olhares com a mãe e logo se interessa por outro “assunto”, ou seja, vai procurar agir em torno dele, pegando objetos ou olhando para outra pessoa ou, ainda, se envolvendo em outra atividade.