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O diagnóstico pode ser falho?

Às vezes o profissional se engana em relação à identificação do sexo fetal, seja por falta de experiência ou porque, como dito antes, a visualização está difícil por conta da posição do feto no útero. O importante, nessas situações, é o médico deixar claro que se trata de uma aproximação. De qualquer forma, sempre existe uma margem de erro que é preciso ser considerada pelos pais ao fazerem planos para seus bebês. Atualmente, em virtude da formação dos profissionais e dos avanços tecnológicos, essa margem de erro é muito pequena, mas oscila ao redor de 1%.

 

Existem algumas crenças que predizem o sexo do bebê, como o tamanho da barriga, o tipo de desejo da gestante, etc. Isso é possível?

As pessoas gostam de prever as coisas e acreditar que, assim, controlam o futuro. Nada é assim simples. Mas as crendices se fazem presentes como forma de lidarmos com as incertezas da vida, principalmente em situações que para nós são importantes. Claro que isso depende também do jeito de ser, da religião, da cultura de cada um de nós, de nossas crenças, enfim.

No caso de “prever o sexo do bebê”, essas crendices eram muito importantes na época em que a ciência não dispunha de meios para fazer esse diagnóstico. Como qualquer superstição, elas permanecem — afinal, superstição quer dizer “aquilo que sobrevive numa dada cultura”. Mas sua simples existência e sobrevivência através dos tempos não são garantia de precisão ou de verdade. De fato, muitas vezes as “previsões” estão corretas: aproximadamente metade das vezes, de acordo com a lei das probabilidades. E é isso que mantém as crendices vivas. Mas não faz com que elas sejam a melhor forma de lidar com as coisas.

Por outro lado, é fundamental lembrar que a identificação do sexo do bebê também tem uma importância clínica, não está aí só para satisfazer a curiosidade dos pais, pois algumas doenças, por exemplo, só acometem meninos; assim, saber com antecedência o sexo de um dado bebê pode resultar em um tratamento adequado precoce, muitas vezes ainda intraútero.

Nessas situações, quando existe a premência de se ter acesso a essa informação, existem outros exames que podem ser realizados, exames genéticos a partir do líquido amniótico ou do sangue do cordão umbilical, por exemplo, que informarão com segurança o sexo desse bebê.

 

 

Dra. Julieta Quayle é Psicóloga, psicoterapeuta e professora universitária. Orientadora credenciada pelo Fetal Medicine Foundation, de Londres. Doutora em Psicologia. Especialista em Psicologia Clínica e Hospitalar. Presidente da Associação Brasileira de Psicoterapia. CRP 06/02421. Contato: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

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