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A anorexia atinge apenas adolescentes ou é possível que mulheres sofram dessa doença?

As taxas de anorexia vêm aumentando significativamente nos últimos anos, sendo a adolescência a principal fase de desenvolvimento. Esse fato é justificado pelo aumento de gordura corporal associado à puberdade, que pode ser o ímpeto para a preocupação com o peso corporal e a aparência, o que leva a uma alimentação problemática e a dietas rigorosas para adolescentes que desejam se parecer cada vez mais com o padrão ideal de beleza da sociedade. No entanto, a doença pode acometer mulheres e homens também.

Os indivíduos mais afetados são aqueles que apresentam uma baixa capacidade de enfrentar mudanças e situações novas, temem assumir responsabilidades da vida adulta, por isso são sempre pessoas dependentes. Dessa forma, a dieta pode representar a dificuldade em lidar com um estágio da vida. A ingestão de alimentos pode ser uma forma de encobrir sentimentos de solidão, rejeição ou frustração. A manipulação do corpo através da ingestão ou rejeição pela comida pode representar um esforço por estabelecer um sentido de identidade ou também revelar uma incapacidade para demandas biológicas e sociais.

A doença também afeta mais as mulheres, em todas as faixas etárias, pois elas apresentam uma pressão social maior para se manterem magras desde a adolescência.

Como conscientizar de que cometer loucuras em busca da perfeição pode não ser o caminho?

A educação em saúde mental é algo pouco explorado em escolas, dentro das famílias e só ganhou um pouco de força na mídia após relatos da morte de jovens. Os programas educativos e preventivos não existem.

Por outro lado, a mídia exerce um papel importante, contribuindo para o desenvolvimento de desordens como anorexia e bulimia, por promover uma identificação da beleza com padrões físicos de magreza acentuada. As revistas, sites na internet, novelas e filmes mostram a magreza como sendo sinônimo de sucesso profissional e afetivo.

É preciso investigar os comportamentos associados, as relações familiares, as questões genéticas, mas, de qualquer forma, os profissionais de saúde, pais e professores devem promover a educação do jovem com relação aos possíveis problemas de autoestima e autoaceitação, antes que se instalem as síndromes completas dos transtornos alimentares e o tratamento seja ainda mais difícil.

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