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Sabemos que o transtorno é caracterizado por sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade que, associados ao prejuízo das funções executivas, uma característica do TDAH, geralmente transformam a vida do portador em um verdadeiro caos, “às avessas”, não raro levando o indivíduo a querer fazer tudo e ao mesmo tempo, o que o deixa com muitas tarefas iniciadas e inacabadas, causando um grande sentimento de frustração, irritabilidade, impotência, entre outros. E é por caminhos íngremes e sinuosos assim que o portador do TDAH anda e tropeça. Tropeça e cai. Cai, se machuca e se fere, numa espiral decrescente de vida.

E as histórias se repetem, sempre trazendo à baila vidas que não fluem como poderiam, o potencial que não consegue ter sido aproveitado plenamente (apesar da inteligência) como deveria, a vida sem dinheiro apesar de já ter feito tanta coisa, o salário tão baixo pra quem estudou tanto, e por aí vai.

Sabe aquele/a adolescente que tranca a faculdade para fazer um intercâmbio e que volta sem vontade de retomar os estudos? Ou aquele rapaz/moça que para os estudos e vai trabalhar como garçom/babá nos EUA e volta com uma mão atrás e outra na frente? Aquele/a adolescente que se forma, aos trancos e barrancos, mas diz que não gosta do que fez e que por isso não vai trabalhar na profissão? Aquele sujeito que interrompe os estudos, mesmo que pagando o preço de trabalhar duro em qualquer coisa, só pra calar a boca dos pais? O/a filho/a que trabalha pouco e ganha pouco e que nunca consegue o suficiente para se sustentar, vivendo anos e anos na casa dos pais? O/a adolescente que bebe/fuma em excesso desde novo/a? É claro que o TDAH não é o responsável por todos esses casos, e que nem todos os portadores de TDAH apresentam evoluções assim, mas fique atento! Sempre que um profissional atender casos semelhantes aos citados acima, é imperioso que se faça uma triagem para o TDAH, pois é mais ou menos assim que muitos jovens e adultos poderão evoluir na vida. Vale lembrar que o TDAH é uma das condições que geram uma ou várias limitações na vida.

Nos dias de hoje, com milhares de pesquisas científicas feitas sobre o TDAH ao longo do mundo, fica inadmissível que um profissional deixe passar um portador de TDAH sem diagnóstico correto. Fica claro que o TDAH/DDA deixa sequelas emocionais crônicas em seu portador, como sentimento de fracasso precoce, baixa autoestima e autoconfiança, sentimento de humilhação, instabilidade, descrença de si próprio, autocomiseração, entre outros tantos.

Pensando nas crianças com TDAH, contribui para dificultar o dia a dia delas o fato da vida fluir sob um ritmo tão acelerado e bem diferente do passado. As crianças modernas são “bombardeadas” por múltiplos estímulos e informações provenientes de veículos de comunicação como a televisão, o computador e a mídia em geral. Elas são superestimuladas a cumprirem uma agenda cheia e que exige um comportamento acelerado. Quando o ideal seria justo o contrário, ou seja, elas poderem desenvolver o autocontrole para executar uma tarefa de cada vez.

Outro fato relevante é que muitas crianças e adolescentes vivem confinados em apartamentos, são transportados por veículos (quase nunca andam a pé) e muitas escolas não possuem espaço livre para correr, pular, brincar e extravasar energia, tão importante para quem possui o transtorno. Portanto, eles encontram mais dificuldade para acompanhar as exigências de um mundo cada vez mais competitivo, tornando-se alvo de atenção dos pais e educadores e, não raro, são cada vez mais considerados problemáticos e – o pior – rotulados de incompetentes, irresponsáveis, preguiçosos e tantos outros adjetivos negativos que fazem a autoestima desabar de modo vertiginoso, surgindo desmotivação ou até mesmo depressão ou outro problema emocional ou psiquiátrico, ao que chamamos de comorbidade.

A presença de comorbidades, no caso do TDAH, é a regra, e não a exceção. No TDAH, as comorbidades mais importantes são os transtornos de ansiedade, os transtornos do humor, o uso abusivo de álcool e/ou drogas, os transtornos de conduta, a postura opositiva, os transtornos de aprendizado, os tiques, etc.

O TDAH é reconhecido oficialmente por todos os países e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em alguns países, como nos Estados Unidos, seus portadores são protegidos pela lei quanto a receberem tratamento diferenciado na escola. O TDAH é um transtorno neurobiológico, fundamentalmente de causa genética, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida.

Sabemos que pessoas que possuem o transtorno de déficit de atenção e/ou hiperatividade têm dificuldades em prestar atenção, controlar suas emoções e as atividades excessivas. Existem três tipos de portadores de TDAH: o desatento, o hiperativo e o tipo combinado (desatento e hiperativo).

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