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Como muitos outros transtornos mentais, a depressão é produto de uma grande soma de variáveis biológicas, sociais e psicológicas. Isso quer dizer que pessoas diferentes podem desenvolver um quadro depressivo pelos mais diversos motivos. O desenvolvimento da depressão pode ser perpetuado de várias formas. Há casos em que se observa um período de algumas semanas com sintomas de depressão, também chamado de Episódio Depressivo Maior (EDM), e logo os mesmos diminuem sem nunca mais voltarem; em outros casos, há desenvolvimento de vários episódios intercalados de períodos assintomáticos (sem sintomas). É muito comum as pessoas desenvolverem depressão depois de períodos de muitos eventos negativos, tais como perda de emprego, de pessoas queridas (apesar de ser esperado sintomas de depressão nas ocasiões de luto), separação de relacionamentos afetivos, dentre outros. O aparecimento do primeiro episódio de depressão logo na infância e/ou adolescência e a severidade dos primeiros episódios, parecem demonstrar um pior prognóstico em termos de tratamento.

Existem várias classificações para a depressão, dependendo da literatura consultada. De forma geral, os transtornos de humor estão separados em transtornos depressivos, bipolares (com mania ou euforia) e mistos. Dentre os depressivos, pode-se dividi-los em: transtornos depressivos típicos; distimia (transtorno com menor número de sintomas, mas presente por no mínimo dois anos); transtorno de humor devido a alguma condição médica geral (consequência de problemas fisiológicos, hormonais e associados às condições de saúde física); e induzidos por alguma substância (ex.: consequência de uso de determinadas drogas). Além dessas divisões mais clássicas, pode-se observar as depressões com características diversas, tais como crônicas (presença de sintomas clássicos por, no mínimo, dois anos consecutivos); catatônicas (com especificidades tais como perturbações psicomotoras graves – imobilidade motora, mutismo, etc.); melancólicas (com características como piora dos sintomas pela manhã, insônia, etc.); atípicas; e pós-parto. Por último, além das especificações e tipos, pode-se avaliar a depressão em termos de severidade, podendo variar desde leve, passando por moderada, até a grave, dependendo do número, frequência e gravidade dos sintomas.

Grande parte dos estudos neuropsicológicos ainda são inconclusivos, mas sabe-se que vários neurotransmissores estão implicados no desenvolvimento e na manutenção da depressão. É importante frisar que vários aspectos biológicos, sociais e psicológicos estão implicados no desenvolvimento da depressão, sendo que não se pode atribuir a depressão a apenas um fator isolado, já que geralmente são vários os fatores presentes no quadro depressivo. Geralmente o depressivo tende a distorcer a realidade, tendendo a ver as coisas de maneira negativa, além de se lembrarem mais de eventos nos quais as consequências também foram ruins, havendo uma seletividade do ambiente e das memórias, sempre de forma depreciativa e catastrófica. O deprimido também pode "ruminar" (pensar repetidamente) determinadas situações desagradáveis, o que faz com que ele sinta emoções desagradáveis, já que há uma relação próxima entre o pensamento negativo, o sentimento correspondente (tristeza, angústia, desalento) e o comportamento (choro, fuga de situações sociais, isolamento, etc.).

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