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Em comparação com a internação compulsória, a internação consentida oferece melhores resultados? Por quê?

Qualquer tratamento com o consentimento do paciente é mais efetivo. O processo de abordagem inicial de qualquer doente inicia-se com a persuasão para o tratamento e pode evoluir para uma internação em função da própria evolução da doença e suas complicações ou da não cooperação em seguir as recomendações para se recuperar a saúde.

Um paciente que foi identificado em uma consulta médica que tem pressão alta ou diabetes e que, a princípio, está resistente, com a devida orientação médica de que uma dieta e o uso de medicações vão melhorar sua qualidade de vida, pode a partir de então participar ativamente do tratamento, evitando-se assim internações em decorrência das inúmeras complicações advindas dessas doenças. Caso essa resistência não seja vencida, ele poderá evoluir para internação muitas das vezes involuntária realizada por algum familiar.

No caso das doenças mentais e da dependência química não é diferente o processo de condução para o tratamento, desde a abordagem em que se visa a persuasão voluntária em regime ambulatorial até o tratamento em regime de internação hospitalar. Entretanto, ao lidar com a clínica da dependência química, temos uma situação particular. Isso porque em alguns casos, devido à ação da droga numa área do cérebro responsável pela tomada de decisão, o indivíduo perde a capacidade de avaliar o estado em que se encontra e de tomar decisões. No caso dos dependentes de crack das diversas "cracolândias" espalhadas pelo país, muitos deles estão num estágio da doença em que há perda dessa capacidade de tomar decisões em função do consumo da droga e necessitam de uma internação compulsória determinada pela Justiça, de acordo com o parecer médico sobre as condições em que se encontra o dependente. Então, o que temos que avaliar frente a qualquer doença é a condição em que se encontra o indivíduo e qual a medida mais adequada para que ele possa recuperar sua saúde. A internação é apenas uma fase do tratamento pelo qual o paciente precisa passar em algum momento no processo de recuperação.

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