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O transtorno do comer periódico diz respeito à ingestão de quantidades de alimentos maiores do que a maioria ingeriria em contextos semelhantes, havendo sensação de descontrole frente aos alimentos e desconforto após cada episódio.

Sob uma perspectiva sociocultural, constata-se que a obesidade foi considerada padrão de beleza, na Idade Média, possivelmente pela associação com a riqueza dos senhores feudais, portadores de seus próprios moinhos, os quais beneficiavam os alimentos, talvez contribuindo com seus sabores, mas destituindo-os de elementos naturais importantes à saúde. A industrialização traz ainda maiores modificações aos alimentos, conferindo-lhes "artificialidade".

A partir dos anos 1960, com a "explosão" do sucesso das manequins, inicia-se a tendência à excessiva valorização da acentuada magreza, coincidindo com o aumento de prevalência da anorexia nervosa e da bulimia nervosa.

Ao mesmo tempo, surge a cultura do fast-food, provavelmente um dos fatores contribuintes para o desencadear do transtorno do comer periódico.

Assim, os transtornos alimentares apresentam uma multiplicidade de causas: familiares, socioculturais, psicológicas e biológicas. A anorexia nervosa pode ser influenciada por uma necessidade de desenvolver a própria autonomia, em uma luta pelo próprio reconhecimento como sendo alguém especial / único.

Os transtornos alimentares parecem também sofrer influência dos vínculos travados no núcleo familiar, com destaque à relação mãe-bebê, o que sugere a necessidade de busca de prevenção, além das intervenções psicológicas indispensáveis quando o quadro já está instalado.

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