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Lamentavelmente, o que se vê na prática diária é o predomínio de reações defensivas e hostis por parte dos familiares, educadores e outros profissionais da área de saúde, que, ignorantes da situação, acabam interpretando a irritabilidade da criança de modo errôneo e simplista, na maioria das vezes.
É sabido que crianças deprimidas geralmente têm autoestima baixa e que falam de si mesmas de modo negativo, achando-se ruins, tontas e sentindo-se fracassadas e preteridas pela família, muitas vezes com a certeza de que ninguém se preocupa com elas. A culpa pode ser entendida pela fala de que tudo está errado por causa da sua existência ou na de que ela deve ser punida ou que seria melhor morrer. A relação entre o apetite e o peso na depressão pode variar, desde perda de peso até o seu ganho, muitas vezes chegando a graus importantes de obesidade. Igualmente, queixas de pesadelos ou de despertares noturnos são frequentes, bem como insônias acompanhadas de ansiedade ou rituais noturnos. O aumento da distraibilidade e a dificuldade de memorização são comuns e levam a um comprometimento do desenvolvimento escolar, podendo confundir a depressão com o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, transtorno comum em crianças e adolescentes, cujos sintomas cardinais são a desatenção, hiperatividade e impulsividade, com promoção de piora no rendimento escolar.