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O uso de medicamentos pode interferir ou atrapalhar a alimentação do idoso?
Sim, existem interações entre nutrientes e alimentos com medicamentos, que podem reduzir ou aumentar o efeito dos medicamentos, resultando em falha na ação terapêutica deles. O médico, ao prescrever um medicamento, e o nutricionista, ao orientar a alimentação, devem estar conscientes dessa interação, para informar ao idoso os riscos pertinentes à utilização do medicamento. Eles precisam promover a qualidade de vida e da saúde do idoso, possibilitando a utilização racional de medicamentos e a redução de muitos problemas relacionados à interação de medicamentos e nutrientes/alimentos.
E quanto aos fatores fisiológicos e psicológicos?
O envelhecimento é considerado um processo natural, dinâmico, progressivo e irreversível, no qual ocorrem alterações morfológicas, bioquímicas, fisiológicas, comportamentais e psicossociais. Essas modificações, apesar de serem normais do processo de envelhecimento, acarretam perdas progressivas da capacidade de adaptação ao meio ambiente e prejuízo na forma de se alimentar, tornando o idoso mais vulnerável, o que causa aumento da incidência de má nutrição e de processos patológicos nesse grupo.
Em decorrência do envelhecimento os idosos apresentam uma perda de interesse pela ingestão adequada de alimentos, especialmente líquidos e fibras. A perda de parte ou de toda a dentição dificulta o consumo de alimentos mais fibrosos e calóricos.
A atrofia das papilas gustativas faz o idoso apreciar sabores mais intensos (ácido e amargo), mas o sabor doce e o sabor salgado estão diminuídos. Todos esses fatores, adicionados à redução do reflexo gastrocólico e do peristaltismo, contribuem para a constipação intestinal e flatulência no idoso.
Qual é o tipo de alimento que o idoso deve ingerir, por exemplo, fibras ou carboidratos? E qual não deve?
De um modo geral, o idoso precisa ingerir todos os grupos de nutrientes e de alimentos. Havendo algum problema de saúde diagnosticado, precisa evitar alguns alimentos.
Em que as atividades físicas podem colaborar?
A atividade física (caminhada, alongamento, atividades na água, dança, etc.) colabora com a saúde, uma vez que uma pessoa ativa ajuda em todo processo de saúde-doença. Quanto mais você fica parado, menos seu corpo se fortalece e mais dificuldade você tem para fazer qualquer esforço. Mexer o corpo, caminhar, ter atividade física contínua é lei para quem quer manter a saúde, a independência e a agilidade. E nunca é tarde para começar. Os exercícios ajudam a combater obesidade, diabetes, colesterol e pressão alta, reduzindo o risco de doenças do coração. Melhoram a flexibilidade das juntas, aumentam a resistência dos músculos e a rigidez dos ossos. Fazem bem para o corpo e para a alma: aumentam sua segurança nas tarefas do dia a dia e combatem a depressão. Mas, para praticá-los com segurança, é importante fazer antes uma avaliação médica e procurar um profissional educador físico para orientá-lo.
Flávia Queiroga Aranha de Almeida é doutora em Alimentos e Nutrição pela Universidade Estadual de Campinas, mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal da Paraíba e graduada em Nutrição pela Universidade Federal da Paraíba. Atua em áreas como: nutrição do idoso, alimentos e nutrição e unidade de nutrição e alimentação. Docente do Instituto de Biociências - Depto de Educação - Curso de Nutrição da UNESP - Campus de Botucatu.
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