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 E quando acontece o caso da pessoa ter apenas um ente próximo e esse falece? Como é tratado o abandono nesses casos?

Atualmente essa situação já é comum na vida de muitos idosos. Com a longevidade, muitos idosos perdem parentes e amigos, de forma prematura, o que gera uma situação delicada de busca de cuidados fora da família. Certamente, as próximas gerações deverão estar atentas para essas situações. O fato de o homem viver mais o coloca numa situação de que seus filhos também estarão na terceira idade quando ele for um idoso mais velho, o que implica na possibilidade de viver mais que seus parentes mais jovens. É importante tomar conhecimento de que esse acréscimo de anos na vida do ser humano altera uma série de circunstâncias para as gerações atuais que seus pais e avós não vivenciaram com os pais e avós deles, principalmente porque morriam cedo. A conquista da longevidade traz para as próximas gerações muitas situações novas, não experimentadas anteriormente, e, consequentemente, todas têm um bônus e um ônus que as sustentam.

 

Como procurar ter uma vida melhor tendo passado por uma situação de abandono?

As situações de abandono são marcadas por experiências em que há sofrimento, tristeza, angústia, dor, ansiedade e solidão. Se o homem tiver consciência de seus limites, decorrentes de sua finitude, poderá se preparar para enfrentar essas situações. Certo é que não seremos diferentes quando idosos do que fomos ao longo de nossa vida. Por isso, não precisamos esperar chegar a essas situações para ter uma vida melhor. A consciência do presente e a manutenção de valores essenciais de respeito e amor à vida podem auxiliar a minimizar os problemas que nascem do abandono. Muitas vezes as respostas dos idosos encontram-se neles mesmos, o que demonstra que nem sempre bastam recursos externos, mas principalmente tocar os recursos internos, marcando posições positivas, de reconhecimento e apreciação da vida. A riqueza das experiências está no reconhecimento do que elas trazem de conhecimento.

 

 

Vania Herédia possui Doutorado em História das Américas pela Universidade de Gênova, Mestre em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Graduada em Ciências Sociais sendo Bacharel pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e em Filosofia pela Universidade de Caxias do Sul. Atua em Sociologia da Saúde e Sociologia do Trabalho, principalmente nos seguintes temas: idoso, trabalho, envelhecimento. Coordenadora do Núcleo de Estudos do Envelhecimento da UCS.

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