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Depressão nos idosos

Outra doença com grande prevalência no idoso, principalmente entre as mulheres (também por fatores hormonais e emocionais), é a depressão, que, segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, será uma das enfermidades mais comuns em 2020. “A tendência é que ocorra realmente um avanço significativo da doença, já que, em 10 anos, 30% da população mundial terá mais de 65 anos”, afirma a psiquiatra Giuliana Cividanes, especialista em transtornos afetivos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Os principais fatores que desencadeiam a depressão são perda do emprego, morte de familiares ou de amigos e fim de relacionamentos. Na terceira idade, algumas dessas situações ocorrem com grande frequência, somadas a certa perda de independência e de cognição (atenção e memória), redução da capacidade de executar determinadas tarefas, bem como ao maior isolamento social e a problemas econômicos.

“Ao contrário do que muitos pensam, a tristeza desproporcional e persistente ou o desinteresse pelos acontecimentos não é uma coisa “natural” na terceira idade”, informa o doutor Borges. Segundo ele, os idosos podem e devem ter boa qualidade de vida. Para isso, precisam manter-se ativos, produtivos e saudáveis. A depressão no idoso pode ser mais sutil, o que dificulta sua identificação e descamba com mais facilidade para formas mais graves de depressão, especialmente quando não é identificada a tempo ou não é tratada corretamente. “Outro problema sério é que o não tratamento da depressão pode contribuir para que surjam ou se agravem outras doenças, inclusive cardiovasculares, comprometendo ainda mais a qualidade de vida do paciente”, complementa o médico.

Ele explica que o diagnóstico da doença pode ser feito também por clínicos gerais e não especialistas em psiquiatria, por meio de questionários de fácil aplicação. É possível identificar se o paciente está integrado e participando das atividades familiares e comunitárias ou profissionais e se está mantendo boas relações sociais. “Os médicos, independentemente da especialidade, devem procurar ver o paciente como um ser completo, com alterações emocionais, psíquicas e físicas, pois assim o diagnóstico será mais preciso e o atendimento às suas necessidades será mais completo”, reforça o cardiologista.

É fundamental que a depressão seja identificada rapidamente, pois o tratamento em seus estágios leve e moderado é mais simples. Nos casos graves, que representam em média 15 a 20% dos quadros depressivos, os pacientes só podem ser tratados com eficácia pelos especialistas no assunto – os psiquiatras.

A doutora Giuliana enfatiza que a depressão é uma doença tratável, com melhora inclusive das deficiências cognitivas nos idosos, mas é imprescindível que o médico esteja apto a distinguir entre os sintomas depressivos e os apresentados por pacientes que sofrem de diferentes tipos de demência, como, por exemplo, Alzheimer, pois erros de diagnóstico e tratamento podem comprometer de modo relevante a qualidade de vida das pessoas.

Hoje existem medicações mais eficazes, com menos efeitos adversos e que são mais indicadas para indivíduos na terceira idade, que tomam, em geral, diversos medicamentos simultaneamente e não podem ter comprometida a eficiência de nenhuma das substâncias farmacêuticas.

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