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A recomendação até pouco tempo atrás era que as mulheres fizessem o autoexame mensal, na busca pelo diagnóstico mais precoce. Hoje a recomendação dos médicos é outra. "Os médicos e a medicina tornaram-se ambiciosos em relação ao diagnóstico precoce da doença. A sensibilidade dos modernos exames de imagem, tais como a mamografia e o ultrassom das mamas, permite detectar nódulos de dimensões tão pequenas quanto 0,2 ou 0,3 cm, e que seriam imperceptíveis ao toque", explica Dr. Artur Malzyner. O especialista afirma ainda que, quando profissionais qualificados da área, como um médico ou enfermeira, conseguem diagnosticar nodulações pela palpação da mama, esses tumores têm, via de regra, 1 cm ou mais. "É virtualmente impossível esperar que uma mulher seja capaz de identificar anormalidades em sua própria mama que sejam de tamanho semelhante a qualquer uma das práticas acima. Por essa razão, o autoexame de mama não é mais incentivado para diagnóstico precoce do câncer de mama", conclui Dr. Malzyner.

Além disso, o oncologista explica que falar que a mulher tem que fazer o autoexame mensalmente é atribuir-lhes responsabilidade que não compete a elas. "Não somos contra o autoexame, porém, sob hipótese alguma ele substitui os métodos que necessariamente devem ser usados. O autoexame tornou-se uma sugestão mais para o autoconhecimento e autopercepção da mulher", diz ele.

As recomendações do Ministério da Saúde para detecção precoce desse tipo de câncer baseiam-se, como principais estratégias de rastreamento, no exame clínico anual das mamas a partir dos 40 anos e num exame mamográfico, a cada dois anos, para mulheres de 50 a 69 anos. "Se a mulher tiver na família algum caso de câncer de mama relevante, em parentes diretos, o recomendável é que o exame mamográfico seja feito a partir dos 40 anos", recomenda o oncologista. Segundo ele, a chance de cura, se diagnosticado no início, é maior que 90%, por isso a necessidade da prevenção.

 

Dr. Artur Malzyner - Médico Oncologista e Consultor Científico da CLINONCO – Clínica de Oncologia Médica –, Médico Oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Graduado em Medicina pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP), fez residência e doutorado na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e Fellow em Oncologia Médica no Centro Nacional de Câncer (Tokyo/Japão). É Membro da American Society of Clinical Oncology (ASCO), da European Society for Medical Oncology (ESMO) e da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).

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