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A fonoaudióloga Graziela Carvalho explica que, durante o período da adolescência, os hormônios – que são moléculas mensageiras sintetizadas por células glandulares – estão em fase de regulação. Esses processos fisiológicos estão relacionados à maturação sexual, tendo um interesse particular neste período da puberdade, que é a transição entre a infância e a idade adulta, podendo durar dos 13 aos 15 anos nos homens e dos 12 aos 14 anos nas mulheres. É durante a puberdade que ocorre o aparecimento e o desenvolvimento das características sexuais secundárias e o início da fertilidade, acompanhados de alterações emocionais.
Os caracteres sexuais secundários masculinos sofrem ação direta da testosterona, que é um tipo de hormônio secretado nos testículos. Dentre esses caracteres, temos: o aumento da cartilagem da laringe (popular gogó); o abaixamento da frequência fundamental da voz e sua grande variação; e o aumento da massa muscular. Esses fatores são responsáveis pela muda vocal fisiológica. As alterações vocais durante esse período são comuns e fazem parte do desenvolvimento sexual masculino e feminino. Elas podem ser discretas ou moderadas, porém são mais evidentes nos homens. Os rapazes de, em média, 13 anos e meio, apresentam instabilidade em sua qualidade vocal, tornando-a mais grave, e passam a apresentar predominantemente um registro de peito. As mudanças vocais são rápidas, gerando essa instabilidade por um período de seis meses.
Problemas na muda vocal são muito raros no sexo feminino, porém existem em grau discreto. Já no sexo masculino, as alterações vocais (disfonias) são mais frequentes.
Geralmente os rapazes passam a mascarar essa mudança, tentando estabilizar sua voz para não demonstrar imaturidade, submissão, indefinição sexual, instabilidade, emotividade excessiva e fraqueza. O ideal é deixar que essa fase passe naturalmente, sem esforços vocais. Caso a pessoa ache que sua voz está muito alterada ou apresente alguma queixa durante ou após esse período de muda vocal, é recomendado procurar especialistas na área, sendo eles médicos otorrinolaringologistas e fonoaudiólogos, que poderão identificar qualquer tipo de alteração e fazer as orientações necessárias.
Dra. Graziela Carvalho - fonoaudióloga da Fluyr Saudável - Clínica de Combate à Dor.
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