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Uma boa maneira é dizer que quando a pessoa morre o corpo para de funcionar, o coração para de bater, ela não respira mais e não sente mais nada. Explicar a causa da morte ajuda a criança a perceber que não existe um motivo mágico e que as pessoas não morrem porque querem.

Pode-se também usar mortes corriqueiras como das plantinhas ou do passarinho para introduzir o assunto.

Também é necessário dizer que a criança não verá mais a pessoa que morreu, mas que pode vê-la em fotos, pensar, sonhar com ela e continuar amando-a.

Quanto aos aspectos espirituais, a família pode explicar o que acontece com a pessoa depois que ela morre de acordo com a própria crença, ou seja, dizer que ela vai para o céu, ou que ela reencarna, mas sempre com termos simples. Caso haja dificuldade de abordar esse aspecto, pode-se recorrer à ajuda de alguém de sua comunidade religiosa ou orar com a criança pela pessoa que morreu.

Incentivar e ajudar a criança a expressar seus sentimentos também é muito importante. Deixe que ela fale o que pensa e não tenha medo de chorar na frente dela, para que ela não entenda que deve esconder o sofrimento.

Manter a rotina da criança estável também é indicado, pois ela precisa muito do apoio da escola, dos amigos e da família. Precisa sentir, ainda, através da atitude da família, que, apesar da tristeza, a vida continua.

No entanto, nada do que for dito vai evitar a dor da perda. A criança passa, assim como o adulto, por um período de luto, embora a reação seja um pouco diferente.

É comum que os sentimentos de tristeza, abandono e insegurança surjam depois de algum tempo. Em geral, em vez do choro aparecem distúrbios do sono, xixi na cama, problemas na escola e medos. Ela pode também tornar-se agressiva e sentir raiva da pessoa que morreu por abandoná-la.

Outro sentimento comum é a culpa. Como acreditam que têm influências sobre tudo à sua volta, podem imaginar que foram culpadas pela morte de alguém por algo que disseram ou desejaram.

Em todas essas situações, o mais importante é conversar, tirar as dúvidas, assegurar que ela não está sozinha e ajudá-la a compreender seus sentimentos. Mas, caso as reações exageradas persistam ou a tristeza dure muito tempo, o melhor a fazer é procurar um psicólogo, que fará uma investigação mais atenta e ajudará a criança a elaborar melhor o luto.

 

Erika Vendramini Moreira é graduada em Psicologia e Licenciatura Plena em Psicologia na Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC). Formada em Terapia Cognitiva pelo Instituto Pieron de Psicologia Aplicada. Conta com 12 anos de experiência na prática clínica com crianças, adolescentes e adultos, além de orientação de pais e professores. CRP 59448

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