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O ortopedista Moisés Cohen explica que o uso do calçado de salto alto eleva a parte de trás do pé, chamada de retropé, mudando o peso para a frente, o antepé. Com o tempo, essa sobrecarga pode levar ao alargamento da base e ao encurtamento dos ligamentos e tendões, principalmente o tendão de Aquiles, que termina atrás do calcanhar.

Além disso, ao usar um calçado com salto alto, há uma tendência de se projetar o centro de gravidade para a frente. Como a coluna lombar é responsável por manter o corpo estável, em posição ereta, esta região fica muito sobrecarregada, levando muitas vezes ao aumento da curvatura normal da coluna, chamada de lordose, para hiperlordose, predispondo a dores na coluna.

As consequências para as meninas que usam salto alto, de maneira em geral, não são boas. "Na infância a criança está em processo constante de desenvolvimento e amadurecimento das suas estruturas ósseas, tendíneas, musculares, fisiológicas e psicossociais. O desequilíbrio causado pelo uso de salto alto pode levar a um retardo ou até mesmo a um hipodesenvolvimento ósseo dos pés, alterações nos picos de maior pressão na face plantar, encurtamento tendíneo e muscular, contribuindo e muito para dores nos pés, pernas, coluna lombar, como também predispondo a desequilíbrios e quedas", explica ele.

Segundo o ortopedista, não tem um salto considerado ideal para crianças. O calçado tem que ser confortável e macio, com solado plano, não muito alto, que acompanhe a intensa atividade da criança.

As sandálias com salto plataforma também não são indicadas, pois predispõem a quedas por causa da altura, e não são confortáveis.

O ideal é que as meninas comecem a usar calçados de salto alto quando estiverem na fase final de crescimento e maturação óssea, ou seja, no final da adolescência (após os 15 anos de idade), o que atualmente é muito difícil evitar que aconteça devido à grande propaganda, opções de tamanhos, cores e chamativos que o mercado oferece, induzindo as crianças a serem iguais às suas mães.

O ortopedista explica que é importante observar a pisada da criança quando ela está andando, correndo e fazendo atividades para ver se ela apresenta algum problema nos pés, além, é claro, de prestar atenção nas queixas das crianças, principalmente de dor nos pés e pernas, e desconforto com determinados calçados.

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