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E quanto à mamadeira? Como já foi dito, todos conhecem a importância do aleitamento materno, mas como – infelizmente – hoje em dia as mulheres não têm mais oportunidade de passar o tempo todo com os filhos, nem mesmo quando eles acabaram de nascer, a amamentação tem se tornado cada vez mais escassa, dando espaço à mamadeira.

Além disso, chega um momento, após o sexto mês de vida, que o leite não é mais capaz de suprir todas as carências nutricionais do bebê, que são cada vez maiores devido ao seu ritmo de crescimento.

Esse processo, conhecido como desmame, é bastante lento. Inicia-se com a introdução de outros alimentos na nutrição do bebê e deve acabar lá pelos dois anos, quando ele para definitivamente de mamar, seja no peito ou na mamadeira.

Depois de muito tempo, os especialistas (pediatras e nutricionistas) mudaram as orientações sobre a forma de oferecer os novos alimentos à criança. E aí vão algumas dicas:

- Quando amamentada no peito, mesmo os sucos só são necessários após o sexto mês, salvo orientação médica. Ou seja, até essa idade seu bebê passa bem apenas com o leite.

- As papas não devem ser líquidas, mas pastosas. Depois devem ser apenas amassadas levemente, até que o bebê consiga mastigar alimentos cada vez mais sólidos.

- Oferecer apenas sopas não vale, porque a criança tem que ir conhecendo o sabor diferenciado de cada alimento.

Após a introdução de novos alimentos a criança já não tem necessidade de todas as mamadeiras, então pode-se começar a retirada, que deve ser semelhante à da chupeta, ou seja, gradual e ocorrer num momento em que a criança esteja emocionalmente estável. Isso quer dizer que não dá para tirar a mamadeira no mesmo momento que a chupeta, nem quando a mãe vai voltar a trabalhar, afinal seriam muitas mudanças e perdas ao mesmo tempo.

Como a primeira e a última mamadeira do dia são as mais difíceis de tirar, é mais fácil retirar primeiro as intermediárias.

Tanto para estas como para a primeira e a última, a regra é a mesma: dissociar a alimentação da mamadeira.

Para tornar mais atraente, utilize canecas e copinhos diferentes, e ofereça não apenas leite, mas vitaminas, iogurte ou leite com cereais. E mantenha-se firme: se quiser o delicioso leite com cereal, tem que tomar na caneca.

Acostumar a criança a fazer todas as refeições, inclusive o café da manhã, com a família também é positivo, já que ela terá o modelo de todos alimentando-se adequadamente.

A variedade de alimentos oferecidos também é importante, pois permite que a criança descubra os diversos sabores, cores, texturas, temperaturas e formas dos alimentos, o que se torna extremamente atrativo.

Mostrar à criança as vantagens de estar crescendo, ou seja, deixando a mamadeira e a chupeta e utilizando pratos e copos, alimentando-se com a família, comendo as mesmas coisas gostosas que todos comem, também funciona. Mas é preciso atentar para que o crescimento da criança não seja confundido pelos pais como independência ou menor necessidade de carinho e atenção. É justamente nessa hora que ela precisa da segurança e do carinho dos pais para que mais esta etapa transcorra de maneira saudável tanto para a criança como para seus pais.

 

Erika Vendramini Moreira é graduada em Psicologia e Licenciatura Plena em Psicologia na Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC). Formada em Terapia Cognitiva pelo Instituto Pieron de Psicologia Aplicada. Conta com 12 anos de experiência na prática clínica com crianças, adolescentes e adultos, além de orientação de pais e professores. CRP 59448

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