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 A criança sedentária, que só se interessa por videogame e computador, pode ficar obesa?

Sim. O sedentarismo é um dos fatores principais para o ganho de peso. É necessário que os adultos que cuidam dessa criança possam acompanhá-la mais proximamente, dando-lhe mais atenção e proporcionando a ela condições de exercer atividades ao ar livre ou atividades aeróbicas, que favorecem a perda de peso, bem como auxiliá-la a ter interesse por outros tipos de atividades, além do videogame e do computador. É importante lembrar que fatores emocionais interferem diretamente no ganho de peso. Crianças que – eventualmente – possam se sentir muito sozinhas tendem a usar da alimentação para suprir essa carência. Vale ressaltar que não é só a “presença física” de alguém na casa que pode fazer a diferença, mas sim o amor, a atenção e o cuidado verdadeiro que é transmitido e exercido, de fato, com elas.

 

É correto forçar a criança "a comer tudo" ou o correto é deixá-la comer o quanto quiser e a hora que desejar?

Antes de tudo é necessário lembrar que ter disciplina é indispensável em todos os aspectos da vida. A alimentação é mais um desses aspectos que necessita de cuidados. É muito importante que o responsável pela criança possa organizar sua rotina, pois não é possível que ela faça isso sozinha ainda. Não estamos falando de inflexibilidade e rigidez, mas sim de que a criança possa crescer em um ambiente onde se sinta amada, respeitada e valorizada em seus direitos e deveres.

Com o propósito de orientação, alguns pontos serão levantados a seguir:

• Ter horário e local fixos para realizar as refeições é fundamental.

• Para que a criança adquira, gradativamente, consciência sobre o que e quanto está comendo, sobre o seu paladar, ou seja, do que gosta e do que não gosta de ingerir (fato importantíssimo para a construção de sua identidade), é necessário que ela mesma possa escolher o que vai comer. Sendo assim, na medida do possível, é interessante oferecer a ela algumas opções de cardápios.

• Quando estamos acostumados a comer muito mais do que o corpo precisaria para viver bem, o estômago fica distendido. O que acontece nesse processo é que as células adiposas (células de gordura) incham como se fossem “bexigas”, até chegar ao ponto de se dividirem e, gradativamente, aumentar de tamanho. A partir daí, tais células nunca mais desaparecerão, somente vão “murchar” quando emagrecemos e, assim que comermos seguidamente enormes quantidades, elas aumentam novamente, o que leva à obesidade e/ou ao conhecido “efeito sanfona”. Se a criança sempre for forçada a comer tudo – além de perder a chance de ela mesma decidir o que e quanto colocar em seu prato, desenvolvendo o conhecimento ou reconhecimento de seu ponto de saciedade –, não aprenderá a “sentir” o que é limite interno, outro fator fundamental para que ela possa conhecer a si mesma e utilizar soluções saudáveis e criativas para os problemas que certamente aparecerão em sua vida. Portanto, saliento a importância de que, desde pequena, a criança possa – ela mesma – fazer seu prato e ser orientada a colocar apenas o que ela acha que vai comer. Os pais devem sempre acompanhar esse desenvolvimento e “graduar” de forma equilibrada a diversidade dos alimentos que lhe é oferecida.

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