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Como é a avaliação de uma criança ou adolescente com baixa estatura? Que exames são pedidos para confirmar o caso?
Muito da avaliação de crianças com baixa estatura já foi comentado. É muito importante inicialmente definirmos se trata-se de uma criança baixa constitucionalmente ou por maturação lenta não associada a doenças e para isso deveremos verificar se a velocidade com que a criança ou adolescente vem crescendo é normal.
Caso seja, exclui-se então o diagnóstico de doença e fecha-se uma destas duas situações de desvios da normalidade, bastando somente realizar em ambos os sexos uma radiografia para a avaliação de idade óssea e fazermos ou não o diagnóstico de maturação lenta.
É fundamental realizar nas meninas com baixa estatura uma avaliação com cariótipo, pela possibilidade de tratar-se de uma síndrome de Turner que nem sempre tem uma aparência alterada.
Para as crianças e os adolescentes nos quais foi verificada a presença de baixa estatura com retardo ou parada de crescimento e nos quais, apesar de não haver a baixa estatura, exista desaceleração ou parada do crescimento, avaliando-se sempre a velocidade de crescimento, passaríamos após anamnese muito completa para todos os fatores de risco e situações possíveis de doenças, realizando os exames específicos direcionados pela clínica.
Tendo sido afastadas as doenças sistêmicas mais prevalentes e a desnutrição como etiologia do distúrbio de crescimento, passaríamos então a investigar as doenças endócrino-metabólicas, sempre inicialmente afastando-se ou comprovando-se a presença de doença tireoidiana e posteriormente pensando em deficiência de GH.
A realização de exames a esmo sem indicação clínica e direcionamento em nada contribuirá para a elucidação diagnóstica.
Há cirurgia para crescer?
Já foi comentada a cirurgia de alongamento ósseo de membros inferiores, indicada após término de todo o crescimento e idade adulta de portadores de algumas displasias ósseas que comprometem muito a estatura final, beneficiando-os com até 20 cm a mais em sua altura final. São procedimentos difíceis para os pacientes, porque requerem muito envolvimento com fisioterapia por longos períodos de muita dor e sofrimento, pois as estruturas não ósseas, como músculos, tendões, nervos e ligamentos, também terão que ser alongadas na mesma quantidade de centímetros...
Certamente um adulto portador destas doenças que comprometem muito a estatura terão que receber todas as informações e detalhes, com fotos e orientações sobre todos os procedimentos pelos quais passará, para tomar esta importante decisão sobre seu futuro frente ao alongamento cirúrgico ou permanecer com sua altura e conviver com ela em uma sociedade que constrói o mundo, os objetos e toda a vida para pessoas mais altas.
Dra. Denise Barbieri Marmo é Doutora em Pediatria, Docente do Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, Docente do Ambulatório de Crescimento e Desenvolvimento do Hospital de Clínicas da Unicamp desde 1984 e Docente do Ambulatório Geral de Pediatria do Hospital de Clínicas da Unicamp desde 1984.
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