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Segundo a psicóloga, o brincar é indispensável para que a criança adquira um completo desenvolvimento, solte a imaginação, a criatividade. É através da brincadeira que a criança experimenta, inventa, descobre e exercita suas habilidades.

Além da motricidade, que é desenvolvida quando a criança corre, pula, sobe em árvores e manipula objetos, por exemplo, outros aspectos também se desenvolvem na brincadeira. "É o caso do vocabulário, quando a criança aprende novas palavras com os jogos ou outras crianças; da diferenciação visual, ao observar semelhanças e diferenças; da percepção auditiva e tátil, com a discriminação de sons e objetos; da observação, atenção, concentração e do interesse e prazer em descobrir o mundo", explica Érika.

E os benefícios não param por aí. Brincando de "faz de conta" a criança simboliza, representa papéis, recria situações. Ela traz para perto de si uma situação vivida e a adapta à sua realidade e necessidade emocional.

É no "faz de conta" que a criança pode realizar atividades próprias do mundo do adulto, o que facilita seu ingresso nesse mundo futuramente.

Conforme a criança vai crescendo, começa a incluir outras pessoas em suas brincadeiras, e assim as regras surgem. Conviver (e brincar) com o outro exige que se respeitem limites.

Quando a criança aprende a respeitar as regras do jogo, o relacionamento dela com outras crianças, e mesmo com adultos, melhora, porque ela compreende que existem regras a serem seguidas na vida real, e que deve respeitar o espaço do outro.

Brincando em grupo as crianças também aprendem a dividir, a esperar a sua vez e a lidar com a frustração quando perdem.

De acordo com Érika, outro benefício da brincadeira é que, através dela, a criança pode dar vazão aos seus desejos, conflitos e vivências. "Ela se liberta de ansiedades e angústias e adquire sensações de bem-estar e equilíbrio", diz a psicóloga.

Ela também explica que a participação do adulto na brincadeira é muito importante, porque eleva o interesse, enriquece e contribui para o esclarecimento de dúvidas, além de reforçar os laços afetivos. Porém, deve ficar claro que não cabe ao adulto interromper o pensamento da criança, querer mudar as regras ou mandar na brincadeira. "Sua participação é para ouvir, motivar e simplesmente para brincar", diz Érika.

Segundo a psicóloga, "quando se é 'gente grande', a gente aprende a agir como os outros esperam que a gente aja. Aprende a não chorar quando se machuca, a não rir descaradamente, a se controlar. Gente grande se acostuma a não mostrar sua visão, seus sentimentos".

Em contrapartida, criança não se importa de chorar quando sente dor e rir 5 minutos depois; não se envergonha de dizer que não sabe e quer aprender, nem de conversar com boneca ou cachorro. A criança fantasia, sonha, sente, vive.

Claro que cada coisa tem seu tempo e que a mudança faz parte da vida, mas sente às vezes para brincar com uma criança. Além de estar contribuindo para uma infância saudável e feliz, certamente você irá se divertir muito e voltar a sonhar.

 

 

Erika Vendramini Moreira é graduada em Psicologia e Licenciatura Plena em Psicologia na Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC). Formada em Terapia Cognitiva pelo Instituto Pieron de Psicologia Aplicada. Conta com 12 anos de experiência na prática clínica com crianças, adolescentes e adultos, além de orientação de pais e professores. Experiência em Psicogerontologia e Grupo de Apoio na Associação Brasileira de Alzheimer. CRP 59448

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