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As alterações produzidas no muco e no transporte mucociliar fazem com que secreções fiquem retidas no nariz; quando elas desidratam, transformam-se em crostas. A remoção dessas crostas, ou mesmo das secreções, que as crianças usualmente fazem usando a ponta dos dedos, causa traumatismos e consequentemente epistaxes.

Outras possíveis causas são:

- Uso de corticoides nasais tópicos.

- Processos infecciosos: geralmente virais, das vias aéreas superiores, como resfriado comum e infecções das vias aéreas superiores (IVAs) de repetição. Sinusites virais, bacterianas ou fúngicas.

- Processos alérgicos.

- Distúrbio da coagulação: quase sempre é devido ao uso de ácido acetilsalicílico ou anti-inflamatórios não hormonais. Pode ser diagnosticado por exames de coagulação.

- Discrasias sanguíneas: existem várias afecções que levam a alterações da cascata de coagulação. Na anamnese do paciente que chega com epistaxe, podemos observar relatos de sangramentos prolongados ou causados por traumas mínimos, além de história familiar de casos semelhantes.

A Doença de von Willebrand (DvW) é uma deficiência de fator VIII e diminuição da adesividade plaquetária, e a epistaxe é o sintoma mais comum, afetando aproximadamente 60% dos portadores. Nos distúrbios plaquetários é comum a ocorrência de epistaxe, além de sangramento cutâneo e gengival.

Nos diagnósticos diferenciais das discrasias sanguíneas deve-se incluir: leucemias, mieloma múltiplo, hemofilias, hemodiálises, púrpuras trombocitopênicas. Outras condições que levam a alterações da coagulação são as deficiências de vitaminas, sendo mais importantes as de vitaminas C e K, que levam à diminuição da produção da protrombina (fator II). Hepatopatias com lesão importante do parênquima também são causas importantes de epistaxe.

- Tumores endonasais e traumas externos: todos os tumores da cavidade nasal e dos seios paranasais podem provocar epistaxe devido a sua riqueza vascular ou infecções associadas. Frequentemente uma massa intranasal origina-se não da fossa nasal ou dos seios etmoidais e maxilares; infelizmente, na maioria dos casos a epistaxe não é um sintoma precoce das neoplasias da cavidade nasal. Nasoangiofibroma juvenil é um exemplo de tumor que causa sangramento nasal, e deve sempre ser investigado em paciente jovem do sexo masculino com hemorragia recidivante, especialmente se for unilateral.

- Causas externas: hemorragia pode surgir devido a um ambiente interior climatizado com ar quente ou frio e seco. "Deve-se ter cuidado para não abusar do ar condicionado e dos ventiladores neste verão, pois esse ambiente propicia o aparecimento de fissuras na delicada mucosa nasal, que pode começar a sangrar", diz a otorrino. Também a fumaça do cigarro pode ser irritante e desencadear uma hemorragia nasal.

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