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Quais são os sintomas e o que eles podem acarretar?
Essa variação é fisiológica e, de uma forma geral, não produz qualquer sintoma nem mesmo dor. Não há o que corrigir se a evolução é fisiológica, desde que não apresente padrão patológico, como já foi dito. Quando a alteração é exagerada, deve ser tratada inicialmente porque tende a progredir, exatamente por causa da presença do potencial de crescimento, o que acentua a deformidade. Nos casos patológicos, é possível o alinhamento com procedimentos na cartilagem de crescimento (epifisiodeses) ou através de osteotomias de fêmur ou de tíbia.
Sabemos na prática clínica que os valgos e os varos acentuados, além do aspecto estético, trarão no futuro, entre 40 e 60 anos de idade, consequências para a função articular desses joelhos. Os joelhos alinhados, com leve valgo de 5 a 7 graus, não evoluirão para artrose. No entanto, tanto o varo como o valgo exagerados tendem a levar esses joelhos a artrose por conta da sobrecarga que esses desequilíbrios proporcionam. O varo produz artrose do compartimento medial do joelho, enquanto o valgo produz degeneração da cartilagem do compartimento lateral do joelho.
Quais são os tratamentos?
Na fase inicial da gonartrose (artrose do joelho) é possível a correção com osteotomias de fêmur para o geno valgo e osteotomia da tíbia para correção do geno varo.
Após essa fase inicial de gonartrose, em que as osteotomias são possíveis, o avanço da artrose, quando compromete os compartimentos medial e lateral do joelho, terá como único tratamento capaz de melhorar a função da articulação após os 65 anos a artroplastia total do joelho com prótese. As próteses em geral não são boas alternativas para pacientes abaixo dos 65 anos de idade porque têm a durabilidade comprometida.
Dr. Antonio Vitor de Abreu é graduado em medicina, mestre e doutor em Ortopedia e Traumatologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente, é professor associado do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro e chefe do Serviço de Traumato-Ortopedia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Ilustração: Felipe Primo
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