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As faringites de etiologia viral não necessitam terapia com antibióticos. Dados da Organização Mundial da Saúde referem 15 milhões de pessoas com doença reumática e 233.000 mortes anuais diretamente atribuídas à febre reumática. Os sintomas da faringite de etiologia viral são de início gradual, com febre, mal-estar e anorexia; a dor de garganta costuma ser moderada; conjuntivite, coriza, rinite, tosse, rouquidão e diarreia são achados frequentes.
O quadro clínico clássico da faringite estreptocócica – início súbito, calafrios, dor de garganta intensa, cefaleia, dor abdominal, orofaringe com exsudato, petéquias no palato mole e adenite cervical dolorosa – só é encontrado em 20% das crianças e adolescentes com a doença. Na maioria das vezes, as manifestações são menos específicas, podendo inclusive ocorrer infecção subclínica. Assim, a diferenciação clínica entre faringite viral e bacteriana muitas vezes é difícil.
A cultura de orofaringe permanece sendo o critério diagnóstico de escolha, entretanto seu valor é limitado em locais que não dispõem de acesso laboratorial; além disso, a interpretação do exame requer atenção do clínico, pois não diferencia a infecção sintomática do estado de portador.
Os testes para diagnóstico rápido da faringite por estreptococo do grupo A, quando disponíveis, são excelentes ferramentas, pois apresentam alta especificidade e têm sido usados na decisão diagnóstica em conjunto com os sinais e sintomas, evitando o uso indiscriminado de antibióticos.
Na decisão de tratar com antibioticoterapia, é importante que o médico leve em consideração alguns fatores epidemiológicos como idade, estação do ano (meses frios), prevalência do estreptococo na comunidade e nas escolas; outros fatores utilizados são história de caso recente de infecção na família, história de febre reumática no passado e doenças que alteram a imunidade.
Sistemas de escore são usados mundialmente como decisão clínica para auxiliar na indicação do tratamento. Entre os sinais positivos bacterianos utilizados nesses sistemas de escore estão: nódulo cervical doloroso, cefaleia, petéquias no palato, dor abdominal e início súbito (< 12 horas). Entre os sinais virais, são considerados positivos: conjuntivite, coriza e diarreia.
