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Comportamento

As crianças foram avaliadas com base em questionários validados, respondidos pelas mães biológicas, sobre indicadores de temperamento e comportamento da criança e queixas de dor de cabeça por parte delas e dos membros da família. Os dados foram submetidos à análise estatística, sendo realizada a comparação entre os dois grupos e a análise dos indicadores de risco que melhor explicavam a queixa da criança.

Quanto ao temperamento da criança, o grupo com queixa apresentou mais desconforto, que está relacionado a qualidades sensoriais de estimulação tais como intensidade de som, luz e movimento. “Esse desconforto aparece no início do desenvolvimento, podendo ser observado nos primeiros meses de idade. Como esse grupo apresentou média mais alta na dimensão ‘desconforto’, esse pode ser um importante indicador potencial de dor de cabeça em fases posteriores do desenvolvimento”, revela a pesquisadora.

Os resultados para problemas de comportamento forneceram indicadores potenciais de risco para psicopatologia da criança. As crianças com as queixas estão mais expostas para manifestarem problemas de comportamento, do tipo queixas somáticas, como retraimento e reação emocional, chamada de eixo internalizante pela literatura científica, e agressivo, chamado eixo externalizante, quando comparadas ao outro grupo, além de queixas de outras dores, como por exemplo, abdominal. Do total de crianças pesquisadas, a prevalência para queixas de dor abdominal foi de 15%. O estudo também encontrou associação entre as queixas de dor abdominal e de cabeça. “Isso indica a importância de se atentar para um conjunto de indicadores de dor. Além disso, outros estudos na literatura que investigam esta questão têm proposto que ambas as queixas podem fazer parte de uma única condição sintomatológica, que seria a ‘migrânea-abdominal’”, explica Luciana. 

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