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Alguns dados sobre a musculação e atividades generalizadas

Sabemos que a síndrome de Down tem origem num acidente genético do cromossomo 21, por isso também é denominada trissomia do 21, e que as crianças portadoras, apesar das dificuldades, podem se desenvolver quase naturalmente dependendo das oportunidades a elas ofertadas desde o nascimento. Os estudos nessa área, se comparados com outros, demoraram a ser feitos, pois há algumas décadas ainda se acreditava em má formação do bebê durante a gestação. Hoje se sabe que o acidente genético ocorre durante a formação de uma nova célula ou no momento de sua divisão. Ficou também constatado que as chances do acidente genético aumentam em mães com mais de trinta e cinco anos, pais com mais de cinquenta e cinco ou quando um dos dois, independente da idade, tenha um defeito genético não manifestado, podendo ser herdado pelo filho. Claro, não é uma regra, mas as chances são maiores, como também não serão todos os filhos a herdar a síndrome.

Com todos os recursos da Medicina e da Ciência, hoje é possível detectar a síndrome durante a gestação, mas não a correção ou evitar a manifestação.

A hipotonia caracterizada pela flacidez muscular e ligamentar é um dos problemas que acompanham a criança por toda a vida, mas varia de intensidade caso a caso. Sendo assim, depois de uma profunda avaliação das reais condições físicas e psicológicas da criança e suas limitações, a prescrição de exercícios físicos para a população especial deve seguir critérios rígidos para não causar atrasos no desenvolvimento, mantendo o interesse em alta.

A atividade física é de fundamental importância na qualidade de vida de qualquer ser humano, e nas crianças com a síndrome não é diferente. Vimos de que forma e por que a natação e a equoterapia podem beneficiar o desenvolvimento, assim como a variedade de atividades de acordo com a preferência da criança.

Como a musculação e/ou a ginástica localizada aumentam a resistência muscular, caracterizando-se numa atividade que, pelo menos teoricamente, poderia influenciar de modo positivo na melhora da hipotonia muscular que afeta as crianças com a síndrome, seriam essas atividades indicadas? Teoricamente, sim e existe trabalho publicado pela professora Mestre e Doutoranda em Educação Especial Maria Georgina Marques Tonello, da UFSCar, e colaboradores. Embora o trabalho tenha sido feito com apenas um voluntário, o treinamento promoveu aumento desejado da resistência muscular localizada de todos os grandes grupos musculares envolvidos: peitoral, costas e abdome. Entretanto, também proporcionou alterações em outras medidas antropométricas, tais como o peso corporal, dobra cutânea subescapular, circunferência do tórax, da cintura, do antebraço direito, do quadril e massa magra, o que sugere mais estudos posteriores.

O treinamento da resistência muscular foi priorizado visando a melhora das atividades funcionais do ser humano, que no caso melhoraram: andar, correr, brincar, subir e descer escadas, passear, trabalhar, etc., sem se cansar.

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