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Mas então, porque tanta gente reclama dos jogos, que o filho fica horas jogando pra fugir das obrigações e etc? Até onde o jogar é um benefício ou um prejuízo à saúde dos nossos pequenos? Essa polêmica divide francos opositores e ferrenhos adeptos. Como tudo na vida, antes de qualquer coisa o equilíbrio. Não é dos jogos que a gente reclama, mas sim dos excessos. Excesso de tudo é muito prejudicial mesmo. De todo modo, universais e presentes em todas as culturas, os jogos constituíram desde sempre uma forma de atividade inerente ao ser humano, exercendo sobre ele um fascínio inexplicavelmente compreensível e muito sedutor. Ainda que algumas pessoas considerem o ato de jogar supérfluo, ele torna-se uma necessidade e um elemento vital para o equilíbrio social, cultural e psíquico do ser humano.
Segundo uma ótica sociológica, os jogos proporcionam elementos importantes à construção da personalidade e consequentemente à construção do conhecimento: a familiarização com o êxito, o que desenvolve a autoconfiança e segurança; a libertação de sentimentos de agressividade e frustração, de forma natural, criativa e até terapêutica. Ao jogar, a criança e o adolescente têm acesso a cultura da sua Sociedade, ao mesmo tempo em que a recria, sempre estabelecendo relações sociais com os outros. E mais, o jogo pode trazer à tona questões inconscientes e medos recalcados, facilitando o autoconhecimento das próprias emoções e do mundo interior de cada pessoa.
Desta forma, é patente que o jogar, de forma espontânea, é um elemento crucial para um processo educativo que tem como foco a autonomia do ser. Em geral, um pouco de jogo vai deixar a criança, o adolescente ou o adulto mais sociável além de melhorar o seu relacionamento interpessoal. É de praxe que suas habilidades visuo-espaciais, resolução de problemas e tarefas, rapidez de pensamento e raciocínio lógico fiquem bem mais afiadas. De igual modo, todas as habilidades atentivas e de concentração também ficam mais aguçadas.