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Os tratamentos atualmente mais utilizados são:

 

1 - Dispositivos interoclusais rígidos (placas oclusais);

As placas oclusais têm por finalidade evitar o desgaste dentário e estabilizar a mandíbula durante os episódios de bruxismo noturno. As placas devem ter elaboração, reajustes e acompanhamento feitos por profissional especializado, pois podem provocar alterações oclusais irreversíveis, se não forem corretamente prescritas, elaboradas, utilizadas e acompanhadas.

 

2 - Conscientização para abandono do bruxismo diurno;

A conscientização do bruxismo realizado em estado desperto necessita de ampla orientação ao paciente e sua colaboração por auto-observação. Assim, momentos de tensão durante o trabalho, a prática de esportes, no trânsito, momentos de angústia aumentada, devem ser identificados, pois são aqueles em que o bruxismo mais se manifesta.

 

3 - Melhoria da qualidade do sono;

Para melhoria da qualidade do sono, o tratamento deve ser feito por especialista.

Estudos recentes mostram que algumas drogas usadas no controle das dores crônicas e de quadros depressivos alteram de certa forma o sono e a concentração de neurotransmissores no sistema nervoso central. Esse fato poderia levar às alterações na qualidade e arquitetura do sono, com algum envolvimento no bruxismo.

 

4 - Tratamento especializado dirigido a controlar os fatores psicológicos envolvidos.

A abordagem dos problemas psicológicos eventualmente envolvidos deve ser feita por profissional especializado, sendo típica da atitude multidisciplinar que na atualidade obrigatoriamente orienta tanto o diagnóstico como o tratamento da dor orofacial.

O tratamento pode ser fortes consequências. Quando estabelecido, um hábito parafuncional do tipo bruxismo costuma levar ao desgaste dentário, trauma oclusal, má oclusão severa, fraturas dentárias e dores em alguns dos componentes do sistema mastigatório. O bruxismo é considerado uma das causas das disfunções temporomandibulares devido à possibilidade de desencadear dor ou alterações tanto na musculatura mastigatória como na articulação temporomandibular. Há muitos casos, entretanto, em que o bruxismo, apesar de presente, não demanda a imposição de um tratamento, pois parece haver uma adaptação fisiológica do sistema mastigatório frente ao mesmo, ou acontece a sua remissão com o decorrer do tempo. Sempre é bom lembrar que um tratamento desnecessário pode ser iatrogênico.

 

 

Referências

 

G.J. Lavigne et al.; 2003. Neurobiological Mechanisms Involved in Sleep Bruxism, Crit Rev Oral Biol Med. 14(1):30-46 (2003)

 

 

Dr. Eleutério Araújo Martins é especializado em School os Dentistry pela University of Michigan. Graduação em Odontologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Trabalha na Universidade Luterana do Brasil.

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