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Medo exagerado

O medo exagerado é um sentimento que podemos definir como uma reação de defesa do organismo contra uma possível ameaça. Essa reação de defesa é fisiológica, comportamental e psicológica. O pânico pode ser desencadeado no contato com os procedimentos odontológicos ou, apenas, ao pensar no barulho do motorzinho do dentista. A sensação de pânico – que não é o transtorno de pânico – é um evento fisiológico do sistema nervoso que desencadeia sudorese (suor excessivo), sensação de desmaio, taquicardia (coração acelerado), tremores, respiração ofegante, etc.

Podemos chamar a fobia de dentista de odontofobia. Na mente do odontofóbico ocorre um processo de generalização, onde o paciente pensa que “se aconteceu uma vez o trauma, poderá acontecer de novo – então, o evito”. A antecipação e a imaginação de um possível evento traumático podem ser outro mecanismo psicológico que desencadeia a fobia. Isso é uma aprendizagem automática, já que o fóbico associou o trauma (próprio ou de terceiros) a todas as futuras visitas ao dentista.

A antecipação e imaginação são mecanismos psicológicos que fazem a mente prever um possível dano, desencadeando pensamentos e sentimentos que criam o medo. O xis da questão é o quanto uma criança aprende a enfrentar esses medos desde pequena e se fortalecer perante esse mecanismo instintivo da existência humana. Esse processo psíquico de generalização, pânico e estresse amplia a sensação de dor para alguns indivíduos e dificulta as operações odontológicas, aumentando a probabilidade de acontecer algum evento traumático.

Podemos citar algumas explicações para essa forma equivocada de pensar as emoções e os fatos. Nos fóbicos, a mente não processa adequadamente alguns medos. Isso se explica na infância pela ausência do aprendizado infantil com relação às emoções. Mas não podemos generalizar, já que a fobia dos procedimentos dentários pode ser um aprendizado relacionado a um trauma real.

Outra explicação possível para esse descontrole frente ao medo é que as emoções são as principais forças motivadoras do ser humano. O poder das emoções sobre a vontade é maior que o poder dos pensamentos. Isso se explica neurologicamente, uma vez que as emoções estão ligadas aos processos fisiológicos. Por isso, apenas saber que o procedimento de implantação de prótese dentária dói menos que o da lesão cariosa grave não é o suficiente para controlar o medo sentido na carne.

Genericamente, essa fobia pode ter algumas explicações psicológicas e sociais, como o mito social, que remonta historicamente ao desenvolvimento da odontologia e aos hábitos sociais antigos quanto ao cuidado bucal.

medo de dentista
Causas do medo de dentista

Antigamente, os dentistas eram chamados de sangradores e utilizavam apenas substâncias cáusticas para estancar o fluxo de fluidos. Os indivíduos não tinham consciência de qualidade de vida e a procura pelo profissional acabava sendo tardia. O procedimento principal era apenas extração dentária e a ausência de preocupação higiênica do profissional era um fator negativo que reforçava esse medo.

O mito, nesse caso e por enquanto, pode ser definido como as histórias contadas e repetidas por essas gerações, contendo verdades misturadas a mentiras sobre um determinado fato odontológico. Tais histórias proporcionam mais medo do dentista.

Outros fatores são uma experiência traumática própria; a experiência traumática de terceiros; a falta de informações e orientação adequada; o contato com profissionais mal formados; a ausência de hábitos para tratamentos preventivos de cuidado e zelo com a arcada dentária e com a boca, assim como ausência de tratamentos preventivos, com procura tardia pelo dentista.



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