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Quais as causas?

A causa mais aceita é a genética, passada de geração para geração. Mas existem casos, em que as pessoas sofrem de enxaqueca devido aos baixos níveis de serotonina. Esses indivíduos têm a dor pela inflamação dos vasos cerebrais inervados pelo trigêmeo, ora do lado direito, ora do esquerdo.

Devido a isso ocorrem náuseas e vômitos, além da sensação de dor pulsante. As pessoas, também, ficam sensíveis aos estímulos ambientais como a claridade, os sons, os odores e a movimentação, pela hiperexcitabilidade da área cerebral que recebe estes estímulos. O sono, apetite e principalmente o humor, se modificam pelos baixos níveis de serotonina.

Desde a década de 50, verificou-se que, corrigindo o baixo nível de serotonina, era possível conter e prevenir as crises de enxaqueca, mas o uso da própria serotonina, injetada, inicialmente em voluntários, não foi possível pela intolerância dessa substância no organismo.

 

Qual é o tratamento?

O tratamento deve ser seguido após um diagnóstico correto. Isto é atingido conversando e fornecendo dados corretos sobre as crises, para um médico atualizado nos conceitos corretos de mais de 150 tipos de dores de cabeça classificados atualmente.

O tratamento consiste no alívio do sintoma logo no seu início e a prevenção de novas crises. Isto é feito tanto orientando novos hábitos saudáveis para que sejam evitadas as crises, como prescrevendo medicações com comprovada eficácia e boa tolerabilidade evidenciada por estudos clínicos bem conduzidos para corrigir a neuroquímica principalmente ligada a serotonina.

 

Existe prevenção?

Existe sim. O tratamento sintomático no momento das crises, e o preventivo, por tempo que deve variar de seis meses a quatro anos, colaboram para o controle da enxaqueca e para evitar o agravamento progressivo que ocorre na maioria dos casos de enxaqueca mal conduzidos, a chamada transformação para dor de cabeça crônica diária.

Os tratamentos eficazes na prevenção visam melhorar a modulação serotoninérgica ou diminuição da hiper excitabilidade cortical. Como a causa deva estar ligada a genes codificadores de canais sensíveis aos neurotransmissores, não é possível a cura, mas sim o controle.

 

 

Dr. Deusvenir de Souza Carvalho - CRM 24.880 é Médico Especialista em Neurologia, Eletrencefalografia e Neuropediatria, Professor Adjunto Doutor, Chefe do Setor de Investigação e Tratamento das Cefaléias (SITC), da Disciplina de Neurologia, do Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Escola Paulista de Medicina-Unifesp. Membro Titular da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), da Sociedade Brasileira de Cefaléia (SBCe), da Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica (SBNC), da American Headache Society (AHS) e da Internat. Contato: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

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