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E por que isso acontece? A fisioterapeuta Denise Pripas explica que, ao sentarmos, flexionamos os joelhos num ângulo de 90° ou mais, em alguns casos. Nessa posição, o músculo anterior da coxa (quadríceps) é tracionado em alongamento, pressionando a patela contra o fêmur. "Se houver um desalinhamento entre esses ossos, a compressão causada pode gerar dor", diz ela.

De acordo com Denise, a síndrome pode ter várias causas: encurtamento de estruturas da lateral da coxa e joelho, fraqueza do músculo vasto medial oblíquo ou desalinhamentos biomecânicos (ou a combinação desses fatores).

Após uma avaliação criteriosa, caso a caso, a fim de identificar qual a alteração presente no movimento ou postura de cada paciente, deve ser realizada a fisioterapia individualizada. O encurtamento das estruturas laterais da coxa e joelho, como o trato iliotibial, o músculo tensor da fáscia lata e o retináculo patelar, deve ser tratado com o alongamento dessas estruturas.

Já a fraqueza do músculo vasto medial oblíquo deve ser tratada por meio de seu fortalecimento, que pode ser em cadeia cinética aberta ou fechada, desde que sem dor.

Por fim, a causa mais difícil de ser tratada é o desalinhamento biomecânico, pois nem sempre são tratáveis esses desalinhamentos. Entre os desalinhamentos tratáveis, temos o pé pronado – que aumenta o valgismo dos joelhos, e lateralizando a patela – e a própria patela lateralizada ou inclinada. "No primeiro caso, podemos tratar a pronação do pé por meio da correção da pisada e fortalecimento dos músculos intrínsecos do pé, que formam o arco longitudinal medial do pé, ou até mesmo utilizando uma bandagem que desempenhe a função do arco. Já no segundo caso, as bandagens de posicionamento de patela são amplamente usadas. Entre os desalinhamentos não tratáveis, temos pelves largas, que também aumentam o valgismo de joelho, piorando a lateralização patelar", explica a fisioterapeuta.

Ela explica ainda que é comum casos mistos, em que vários desses fatores estejam presentes. Nesses casos, o fisioterapeuta precisa tratar várias dessas causas ao mesmo tempo, então lembre-se: o joelho precisa ter flexibilidade, força, estabilidade e alinhamento. A analgesia com aparelhos (ultrassom, TENS, ondas curtas etc.) é boa para tratar a dor aguda, mas o problema só será resolvido se atuarmos na causa do problema.

 

 

Denise Pripas é graduada em Fisioterapia pela Universidade de São Paulo. Aprimorada em Fisioterapia em Reabilitação do Portador de Deficiência Física Incapacitante pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Especialista em Pilates e Pilates para Gestantes pelo método Pilates Postura Funcional.

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